Já morreram 239 pessoas num mês de protestos contra o Governo no Iraque

Os estudantes uniram-se esta segunda-feira aos protestos em Bagdad. Ecército decretou novo recolher obrigatório - o primeiro não foi respeitado.

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Os protestos contra o Governo eeclodiram no início de Outubro AHMED JALIL/EPA
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Desde quinta-feira que os manifestantes acampam na praça tahrir, em Bagdad MURTAJA LATEEF/EPA
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A polícia usou gás lacrimogéneo e granadas contra os manifestantes KHALID AL-MOUSILY/Reuters
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Foi declarado recolher obrigatório MURTAJA LATEEF/EPA

Pelo menos cinco pessoas morreram esta segunda-feira numa manifestação contra o Governo na praça Tahrir, em Bagdad, elevando para 82 o número de mortos nos protestos no Iraque desde quinta-feira, anunciaram as autoridades.

Na sequência dos protestos, que decorrem desde o início do mês e já fizeram 239 mortos, o Éxército decretou um recolher obrigatório a partir da meia-noite desta segunda-feira em Bagdad, onde milhares de manifestantes ocupam há vários dias a praça Tahrir.

O cessar-fogo fica em vigor “até nova ordem”, disse o Exército em comunicado. No início do mês outro recolher obrigatório não provocou o fim da contestação.

As manifestações no Iraque começaram no dia 1 de Outubro para pedir a “queda do regime” e protestar contra os problemas que enfrentam no dia-a-dia num país fracturado por divisões étnico-religiosas, anos de guerra e por um Estado frágil. 

Os protestos tiveram duas fases. A primeira, entre 1 e 6 de Outubro, fez, segundo números oficiais, 157 mortos, quase todos manifestantes. A segunda começou na quinta-feira à noite, após uma interrupção de 18 dias para a peregrinação xiita e fez, até agora, 82 mortos, de acordo com um balanço da comissão governamental de direitos humanos.

Segundo essa comissão, a maioria das mortes ocorreu nas províncias de Missane e Zir Qar, no Sul do país, onde os manifestantes atacaram ou incendiaram sedes de partidos, de grupo armados e gabinetes de dirigentes.

Milhares de estudantes uniram-se esta segunda-feira aos protestos em Bagdad, apesar de as forças de segurança terem lançado gás lacrimogéneo e granadas sobre os manifestantes para os impedir que atravessassem a ponte principal, que leva à Zona Verde, onde se situam a maior parte dos ministérios e muitas embaixadas.

Na praça Tahrir, os estudantes gritaram tratar-se de “uma revolução estudantil” e criticaram o Governo e os partidos.

Na sexta-feira foram incendiadas sedes de partidos, gabinetes de deputados e sobretudo instalações de fações armadas do Hachd al-Chaabi, uma coligação de paramilitares, dominada por milícias xiitas pró-iranianas e aliada do governo iraquiano.