Fibras nervosas
Começa a ser bastante difícil e de resultados duvidosos continuar a pensar a cidade como um artefacto, como um (meta)conceito ou como seja lá o que for que atravessa a história (e a pré-história) com o mesmo nome, a mesma localização, a mesma “coisa”.
A imagem longamente fixada de uma cidade rodeada por uma região urbana, um ‘hinterland’ contíguo que fornece o centro da cidade com alimentos, água, energia e materiais e processa os seus resíduos, tornou-se hoje obsoleta. O ‘hinterland’ das principais regiões metropolitanas e os próprios territórios nacionais são cada vez mais operacionalizados para desempenharem funções específicas de acordo com as divisões espaciais do trabalho por todo o mundo — seja como retaguarda de apoio e armazém, enquanto fábricas globais, sistemas agroindustriais, instalações de armazenamento de dados, redes de geração de energia, extração de recursos, depósitos de combustível, deposição de resíduos, áreas de lazer ou corredores de conectividade. (…), os ‘hinterlands’ mais industrializados do planeta já não constroem regiões urbanas específicas ou hierarquias urbanas nacionais; a sua função é a de servirem de suporte metabólico para a rede metropolitana global como um todo. (1)
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