Protesto pela libertação de independentistas reúne 350 mil pessoas em Barcelona

Manifestantes voltaram a contestar a sentença do Supremo tribunal espanhol, que condenou líderes do movimento independentista a pena de prisão efectiva.

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Manifestação em Barcelona este sábado LUSA/TONI ALBIR

Praticamente duas semanas após a sentença do Supremo Tribunal espanhol – que condenou nove líderes do movimento independentista catalão a pena de prisão efectiva entre os nove e os 13 anos –, as ruas de Barcelona voltaram a encher-se de manifestantes. De acordo com dados da Guardiada Urbana, força municipal da cidade de Barcelona, citada pelo El País, foram cerca de 350 mil pessoas que marcharam, este sábado, nesta região da Catalunha. A mensagem que marcou esta manifestação manteve-se igual aos protestos dos últimos dias: libertação imediata para os independentistas condenados pelo papel que desempenharam na realização do referendo do dia 1 de Outubro de 2017.

“Liberdade” foi a palavra de ordem escolhida pelos organizadores desta marcha. A Òmnium Cultural – entidade que promove a língua e cultura catalã e cujo líder, Jordi Cuixart, foi condenado a nove anos e meio de prisão – e a Assembleia Nacional Catalã​ lideraram esta concentração que se manteve pacífica até ao início da noite.

Os maiores momentos de tensão viveram-se após a desmobilização da maioria dos manifestantes. Foram construídas barricadas em algumas ruas da cidade, que obrigaram à intervenção musculada da polícia. Por volta das 23h locais (menos uma em Portugal) 15 manifestantes tinham recebido assistência médica. 

Ao início da manhã, Quim Torra, líder da Generalitat, fez parte de um encontro entre instituições catalãs e aproximadamente 800 alcaides da região. Da parte da tarde, a manifestação foi “inclusiva”: a organização incentivou também aqueles que são contra a independência a participar na manifestação, sob a bandeira de liberdade para os líderes independentistas. 

No início da marcha, Quim Torra prometeu que trabalhará para que a Catalunha possa “exercer o direito da autodeterminação”.

O primeiro conflito deste sábado entre manifestantes e autoridades esteve relacionado com o número de manifestantes. A organização da marcha garante que os números avançados pelas autoridades não são os correctos. De acordo com a Guardia Urbana, estiveram presentes 350 mil pessoas em Barcelona, o número mais baixo das grandes manifestações independentistas dos últimos três anos. No dia da greve geral, 18 de Outubro, as estimativas apontam para a presença de 525 mil manifestantes na cidade catalã.

Na capital, pediu-se prisão para Puigdemont

Em Madrid, a manifestação pró-Espanha organizada pelo partido de extrema-direita Vox reuniu cerca de 20 mil pessoas. Munidos com as bandeiras espanholas — adereço pedido pelo partido —, os militantes assistiram a um vídeo com os confrontos em Barcelona, algo que, segundo o El País, serviu para aquecer os ânimos na Plaza de Colón.

As palavras de ordem deste encontro pediam prisão para Carles Puigdemont e os restantes líderes condenados pelo Supremo tribunal espanhol. O secretário-geral do Vox, Javier Ortega Smith, criticou os juízes por não terem condenado os independentistas pelo crime de rebelião, algo que agravaria a pena de prisão concedida.

O hino espanhol e o do partido encerraram a concentração em Madrid. Este domingo, desta feita em Barcelona, irá realizar-se uma manifestação contra a independência da Catalunha, organizada pela Sociedade Civil Catalã.

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