Isabel morreu sozinha em casa há 15 anos em Madrid, mas só agora foi encontrada
O corpo da mulher de 78 anos, já mumificado, foi encontrado esta semana pela polícia e bombeiros na presença da família. As primeiras perícias da polícia revelaram que a mulher pode estar morta pelo menos desde 2004.
Isabel Rivera Molina, uma cidadã espanhola, morreu quanto tinha 78 anos, em 2004, mas só esta semana, mais de 15 anos depois, é que o seu corpo foi encontrado no prédio onde residia. O corpo da mulher foi descoberto na tarde desta terça-feira num prédio do distrito de Ciudad Lineal, em Madrid, pelos bombeiros e pela Polícia Nacional, revela o El País.
A denúncia da ausência de Isabel foi feita por uma sobrinha que estranhou não receber notícias da tia e contactou a polícia. Também os vizinhos já tinham pedido que os agentes entrassem em casa da mulher que vivia sozinha, dizendo que a última vez que a haviam visto tinha sido em Setembro de 2004. Os restantes inquilinos do prédio não ouviam movimentos há mais de uma década vindos do apartamento B do segundo andar e queixavam-se do forte cheiro que saía daquela habitação. Mais: ninguém entrava ou saía da habitação.
Isabel não manteve ao longo dos anos qualquer tipo de relacionamento com os seus familiares, daí que o seu “desaparecimento” tenha passado despercebido, conta o El Mundo. Ainda assim, era comum receber chamadas de alguns vizinhos ou de membros da sua família — chegou a receber chamadas da polícia que nunca chegaram a ser atendidas. Além disso, Isabel era também proprietária do imóvel, o que significa que ao longo dos anos o dono do prédio não lhe apareceu à porta para cobrar a renda mensal. O marido, um arquitecto, morrera há vários anos, e o casal nunca teve filhos.
Chamados ao local, os agentes não conseguiram entrar na habitação porque a porta se encontrava trancada por dentro, mas os bombeiros conseguiram entrar por uma janela semiaberta do terraço daquele andar. A família esteve também a acompanhar a polícia e os esforços para entrar na casa.
De acordo com o El Mundo, que avançou inicialmente com a história, Isabel foi encontrada na casa de banho da habitação onde morava sozinha. As primeiras perícias da polícia revelaram que a mulher pode estar morta há pelo menos 14 anos (e no máximo há 16 anos). Devido à humidade da habitação e a uma fenda na ventilação, o corpo não se chegou a decompor e já se encontrava mumificado quando foi encontrado.
O facto de se terem passado 15 anos sem que ninguém perguntasse por Isabel, nem mesmo os membros da sua família, chamou a atenção dos agentes e o caso está já a ser investigado.
Uma caso semelhante aconteceu em Portugal, em Rio de Mouro, no concelho de Sintra. O cadáver de Augusta Duarte Martinho esteve durante nove anos no chão da cozinha do apartamento onde vivia, na Rinchoa. Foi devido a uma dívida por liquidar nas Finanças e uma ordem de execução de uma penhora que o cadáver acabou por ser encontrado em 2011. Os vizinhos e familiares julgavam-na desaparecida e participaram o caso às autoridades, mas nunca ninguém investigou.