Eduardo Cabrita partilha crítica à saída da mulher do Governo
Admiradora de Ana Paula Vitorino protestou pelo facto de esta deixar de ser ministra do Mar e Eduardo Cabrita, que voltará a ser ministro da Administração Interna, fez eco no Facebook dessa crítica à exclusão da esposa do próximo executivo.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, partilhou nesta quarta-feira, no Facebook, uma crítica de uma terceira pessoa ao afastamento de Ana Paula Vitorino, sua mulher, do próximo executivo. Até aqui ministra do Mar, Ana Paula Vitorino vê a pasta passar para o ex-eurodeputado Ricardo Serrão Santos.
“Ministra do Mar fora do Governo? Não percebo nada disto. Afinal quem ‘faz acontecer’ e apresenta resultados é retirado do jogo? O mais importante devia ser a competência e o trabalho apresentado e não as relações familiares”, critica Sílvia Padinha - uma activista ambiental ligada à ilha da Culatra, segundo o Diário de Notícias que avançou a história em primeira mão - no perfil de Ana Paula Vitorino. Solidário com a sua mulher, Eduardo Cabrita republicou esta crítica no seu próprio perfil no Facebook.
A 14 de Outubro, Ana Paula Vitorino publicou uma notícia sobre a atribuição do Nobel da Economia a um casal de investigadores, o que levou admiradores a escreverem: “Se fosse aqui, caía o Carmo e a Trindade por galardoarem marido e mulher....” Um dos que fizeram like neste post foi o actual secretário de Estado da Mobilidade, José Mendes.
Nesta quarta-feira, Ana Paula Vitorino publicou ainda um videoclip, em jeito de despedida, do tema My Way, de Frank Sinatra. “Eu fiz à minha maneira...”, escreveu. Foi outra publicação muito popular entre os seus amigos no Facebook, tendo motivado manifestações de apreço pelo trabalho desenvolvido no Governo por parte de dois antigos membros deste mesmo executivo: o ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes e o ex-ministro da Cultura Luís Castro Mendes.
Em declarações ao DN, Ana Paula Vitorino, que o PÚBLICO também tentara ouvir, sugere que não concebe que o seu afastamento possa ter tido a ver com o familygate: “Não pode ser essa a razão”, cita o DN, acrescentando que a ministra sublinhou a sua “total autonomia profissional e política” face ao marido e lembrou que antes de se casar com Eduardo Cabrita já era “uma referência nas questões dos transportes”.
Eleita deputada a 6 de Outubro, a socialista diz ter “orgulho” pelo trabalho que realizou no Governo - “Dupliquei o peso da economia do mar” - e escusa-se a responder se ficou desapontada por não ter sido convidada para o novo executivo. "Não temos de ter estados de alma quanto aos convites que são feitos” pelo primeiro-ministro, declarou ao DN.