Um livro com 56 páginas em que as ilustrações (de Marta Monteiro) estão limitadas às cores do papelinho que embrulha os rebuçados Dr. Bayard mais o dourado do próprio rebuçado, que comemora o seu 70º aniversário.
“Quando desenrolamos um rebuçado, desvendamos a história de uma amizade inseparável”, conta a editora Pato Lógico a propósito de Um Milhão de Rebuçados, a verdadeira história de Álvaro Matias, “o herói desta história, que um dia recebeu numa pequena lata, onde estava gravada a imagem de um senhor a tossir, a lista de ingredientes para os rebuçados medicinais “capazes de curar todas as tosses” e que se tornariam um projecto de vida.
“Uma receita pode ficar esquecida. Até porque encerra sempre os seus mistérios. Desvendá-los é uma arte, ainda mais apurada do que a que se usa para desembrulhar rebuçados”, escreve a autora Inês Fonseca Santos, enquanto saboreia rebuçado atrás de rebuçado, detalhe atrás de detalhe da história de como durante a Segunda Guerra Mundial Álvaro conheceu o Dr. Bayard, o farmacêutico francês com quem partilhou amizade e sonhos.
Dentro do livro, mais ou menos destapados, estão as receitas, os ingredientes, os utensílios (a lima), os métodos e as máquinas que faziam magia. A fábrica tem 16 funcionários. Um é filho e dois são netos do senhor Álvaro. Na fábrica são produzidos um milhão de rebuçados por dia. “Isto tudo está num rebuçado”. Isto tudo está num livro.