Quem são os líderes catalães condenados?
Supremo Tribunal espanhol condenou nove líderes do movimento independentista catalão a pena de prisão efectiva. Puigdemont viu reactivado o mandado de detenção e os manifestantes voltaram às ruas.
Dos 12 arguidos investigados pelo papel no movimento independente catalão, nove foram condenados a penas de prisão. Outros três foram condenados pelo crime de desobediência, mas não receberam tempo de prisão. Fique a conhecer os homens e mulheres condenados nesta segunda-feira pelo Supremo Tribunal espanhol.
Oriol Junqueras (13 anos de prisão)
Para o Ministério Público (MP) espanhol, o ex-vice-presidente catalão Oriol Junqueras era o principal responsável pelo processo independentista. Foi, por esse motivo, que recebeu a pena de prisão mais severa dos 12 arguidos julgados pelo Supremo Tribunal. O MP pediu 25 anos de prisão e a perda de todos os direitos políticos durante o mesmo período. Junqueras recebeu pouco mais de metade da pena inicialmente pretendida pelos procuradores: 13 anos de prisão. Durante o mesmo período, está proibido de exercer cargos públicos.
Raul Romeva (12 anos de prisão)
Para as autoridades espanholas, Raül Romeva foi o responsável pela “internacionalização” da causa soberanista. O responsável pela diplomacia da Generalitat terá dado instruções para lograr apoios para o referendo, fora de portas, e disponibilizado 200 mil euros para que a consulta pudesse ser acompanhada por observadores internacionais. O ex-ministro dos Assuntos Externos e Relações Institucionais foi sentenciado pelos mesmos dois crimes de Junqueras, desvio de fundos públicos e sedição. Foi condenado a 12 anos de prisão e o mesmo período de afastamento de cargos públicos.
Jordi Turull (12 anos de prisão)
Jordi Turull é outro dos cinco políticos encarcerados desde Novembro de 2018 sem possibilidade de fiança. O deputado independentista fez parte da Generalitat (o governo autonómico) e realizou uma greve de fome na prisão que se prolongou durante 20 dias. O antigo porta-voz e ministro da Presidência foi condenado a 12 anos de prisão por sedição e desvio de fundos, perdendo todos os direitos políticos durante o mesmo período.
Dolors Bassa (12 anos de pisão)
A ex-conselheira do Trabalho e Assuntos Sociais é acusada de ter instrumentalizado os departamentos por ela geridos para apoiar alguns dos gastos inerentes ao referendo de dia 1 de Outubro de 2017: impressão de boletins de votos, arregimentação de fiscais para as mesas de voto e a realização do recenseamento eleitoral. Bassa foi acusada de sedição e utilização abusiva de fundos públicos, recebendo uma pena de prisão 12 anos de prisão aliada ao impedimento de desempenho de funções públicas durante o mesmo período.
Carme Forcadell (11 anos e seis meses de prisão)
Foi a ex-presidente do Parlamento que anunciou o resultado da votação que aprovou a declaração unitária de independência a 27 de Outubro de 2017. O Supremo Tribunal considerou que Forcadell desempenhou um papel importante na concretização do referendo, condenando-a a 11 anos e seis meses de prisão pelo crime de sedição.
Joaquim Forn (dez anos e dez meses)
O ex-conselheiro do Interior foi condenado por sedição, recebendo dez anos e seis meses de prisão.
Josep Rull (dez anos e seis meses de prisão)
Ex-conselheiro de Território e Sustentabilidade, foi condenado pelo crime de sedição. Recebeu dez anos e seis meses de prisão, não podendo exercer cargos políticos durante o mesmo período.
Jordi Sánchez (nove anos de prisão)
O antigo líder da Assembleia Nacional Catalã (ANC, organização independentista), e número dois do partido Juntos Pela Catalunha, foi acusado DE ter mobilizado pessoas para perturbar uma acção da Guardia Civil, em Setembro de 2017. Algumas viaturas desta autoridade foram danificadas em sequência de confrontos, mas Jordi Sánchez recusou qualquer responsabilidade pelos danos. Foi condenado a nove anos de prisão.
Jordi Cuixart (nove anos e meio de prisão)
É o presidente da Òmnium Cultural, entidade que promove a língua e cultura catalã. Este edifício é, curiosamente, um dos primeiros para onde os manifestantes se mobilizaram na manhã desta segunda-feira, quando foi tornada pública a sentença. Cuixart foi condenado a nove anos e meio de prisão.
Vila, Borrás e Mundó escapam a prisão
Três dos arguidos foram considerados culpados do crime de desobediência, mas não foram condenados a tempo de prisão. Santi Vila, ex-ministro das Empresas e Conhecimento, Maritxell Borrás, ex-conselheira da Governação, e Carles Mundó, ex-conselheiro da Justiça, foram condenados a pagar uma multa de 200 euros diários durante um período de dez meses. Em adição à multa de aproximadamente 60 mil euros, os três arguidos estão impedidos de ocupar cargos públicos durante 20 meses.