UE e Reino Unido intensificam discussões para fechar acordo para o “Brexit”

Responsáveis políticos mantêm a cautela, mas o tom é agora mais positivo. Equipas vão trabalhar no fim de semana para encontrar solução até à cimeira de lideres.

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Michel Barnier com Barcley esta sexta-feira em Bruxelas Reuters/POOL

A União Europeia e o Reino Unido decidiram “intensificar as discussões” entre as respectivas equipas negociais, que vão trabalhar ao longo do fim-de-semana e até à véspera do Conselho Europeu da próxima quinta-feira para ver se ainda é possível chegar a um compromisso que permita fechar um acordo para o “Brexit” durante a cimeira de líderes.

O anúncio foi feito no final de mais uma reunião entre o negociador europeu, Michel Barnier, e o ministro britânico com a pasta do “Brexit”, Stephen Barclay, esta sexta-feira em Bruxelas.

Apesar do tom mais optimista dos dois responsáveis à saída do encontro, os dois lados não vão ainda entrar no chamado “túnel” negocial, quando as equipas ficam a trabalhar em sessões fechadas, e sem contacto com o exterior, para produzir o rascunho dos documentos técnicos e jurídicos que têm de enquadrar o acordo político para a saída do Reino Unido da União Europeia.

“Recebemos indicações positivas das discussões em curso, e há elementos que permitem que as equipas negociais prossigam os seus esforços. O objectivo é conseguir ter uma clarificação que nos indique qual a melhor forma de avançar para ter um desfecho positivo”, confirmou uma fonte diplomática envolvida na preparação do Conselho Europeu.

Sem querer avançar mais detalhes, a mesma fonte disse que “ainda há muitos pontos em aberto” e lembrou que “a posição da União Europeia não se alterou” — porventura numa referência à alegada aproximação dos negociadores britânicos às exigências europeias para aceitar mudanças no protocolo relativo à Irlanda.

Numa curta declaração em Nicosia, no Chipre, o presidente do Conselho, Donald Tusk, informou que não existe — para já — uma nova proposta britânica que possa ser classificada como “realista” e “funcional”. “Mas chegaram-me sinais positivos”, confirmou Tusk, manifestando satisfação com o progresso das conversações. “Claro que não há nenhuma garantia de sucesso, e o tempo é curto, mas temos a obrigação de não desperdiçar nem a mais ínfima hipótese para chegar a um acordo”, pressionou.

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