A última praia de Agnès
A derradeira incursão de Varda pela sua obra e pela sua vida. Uma muito bela despedida, pudica e enxuta, um adeus encenado numa praia em manhã brumosa.
É o filme da despedida de Agnès Varda, que por certo o sabia quando o preparou e quando o mostrou, em estreia mundial, no último Festival de Berlim, em Fevereiro. Varda morreu no mês seguinte, quase a chegar aos 91 anos, e a consciência da despedida está integrada no filme e na sua estrutura. Quando o espectador depara com um genérico inicial longuíssimo, que inclui toda a sorte de créditos normalmente guardados para os genéricos de fecho, intui depressa que alguma coisa de especial está reservada para o final. E está mesmo: uma muito bela despedida, pudica e enxuta, um adeus encenado numa praia em manhã brumosa, e sobretudo uma despedida rápida – as luzes da sala acendem-se a seguir, o filme não tem genérico de fecho.
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