Três caras novas, apenas um homem e alguma polémica. Quem são os quatro deputados do PAN
André Silva já não é o único representante do partido. PAN passa a ter como deputadas Inês Sousa Real, Bebiana Cunha e Cristina Rodrigues.
André Silva, que nos últimos quatro anos foi o único representante do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) na Assembleia da República, não estará mais sozinho. Com ele, no Parlamento, vão estar três rostos novos no partido que se destacou pela defesa dos animais. Três mulheres: Inês Sousa Real, 39 anos, número 2 por Lisboa, Bebiana Cunha, 33 anos, cabeça-de-lista pelo Porto, e Cristina Rodrigues, 34 anos, cabeça-de-lista por Setúbal.
Um homem, três caras novas e alguma polémica à mistura. A representante pelo círculo de Setúbal é das três novas deputadas do PAN talvez a mais conhecida, depois de ter sido associada ao grupo de defesa dos animais Intervenção e Resgate Animal (IRA), suspeito de crimes violentos, numa peça da TVI. Àquele canal de televisão, a agora deputada confirmou ser representante legal do IRA, mas recusou responder sobre outro tipo de envolvimento.
Cristina Rodrigues é advogada, mestre em Ciências Jurídico-empresariais, e tem uma pós-graduação em Direito dos Animais. A nota biográfica na página do PAN diz que tem ainda o curso intensivo de Direito Animal e o curso de formação avançada em Direito Agrícola e Sustentabilidade. Foi técnica de apoio à vítima e advogada pro bono de vítimas de violência doméstica.
Ingressou no PAN em 2014, ano que assumiu funções como assessora jurídica. É membro da comissão política do PAN e chefe de gabinete daquele partido na Assembleia da República. Fez parte da lista do PAN às eleições europeias.
Mais mulheres no Parlamento
Inês Sousa Real, número dois por Lisboa, também é licenciada em Direito. Mestre em Direito Animal e Sociedade, pela Universidade Autónoma de Barcelona, foi provedora municipal dos animais de Lisboa entre 2014 e Março de 2017. Nesse ano foi eleita deputada à Assembleia Municipal de Lisboa.
Na sua página de Facebook, diz que é “casada, vegetariana” e que “fazem parte da sua família um gato e uma cadela”. Afirma-se fã de música, dança e dedicada às causas humanitárias através do voluntariado. A jurista de 39 anos ingressou no PAN em 2011, assumindo funções de presidente do conselho jurisdição nacional do partido até 2013. Em Setembro desse ano fundou a Jus Animalium – Associação de Direito Animal, integrando a sua comissão directiva.
A nova deputada da Assembleia da República desempenha desde 2006 funções de jurista na Câmara Municipal de Sintra e é chefe da divisão de execuções fiscais e contra-ordenações desde 2015.
A cabeça-de-lista pelo Porto, que também conseguiu ser eleita, é Bebiana Cunha. Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto, e mestre, pela mesma faculdade, em Relações Intergeracionais, tem 33 anos.
“Participou em diversos movimentos sociais, com destaque para a iniciativa Limpar Portugal” em Matosinhos, destaca o PAN, no perfil que divulgou. A psicóloga, que também fez parte da lista às eleições europeias, é natural da freguesia da Sé, no Porto, e aderiu ao PAN em 2011.
Bebiana Cunha faz parte da comissão política permanente e foi cabeça-de-lista pelo distrito do Porto nas legislativas de 2015. Foi eleita, como primeira representante do PAN à Assembleia Municipal do Porto em Outubro de 2017.
O repetente
André Silva, 43 anos, é o porta-voz do PAN e o repetente na Assembleia da República. Foi eleito pela primeira vez, pelo círculo de Lisboa, em 2015. Integrou as comissões de economia, inovação e obras públicas, de agricultura e mar e a de ambiente, ordenamento do território, descentralização, poder local e habitação.
É licenciado em engenharia civil, pelo Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, e mestre em património arquitectónico e artístico. Ingressou no PAN em 2012 e foi o número 5 da lista às eleições europeias de 2014.
Nos primeiros quatro anos no Parlamento, contabilizou o Jornal de Notícias em Agosto, André Silva apresentou 316 iniciativas legislativas no Parlamento e fez 1281 perguntas e requerimentos ao Governo. Pela mão do então único deputado, o PAN apresentou ainda 233 propostas de alteração aos orçamentos de Estado.