Microsoft acusa Irão de tentar interferir na campanha presidencial norte-americana
Elementos ligados a uma candidatura presidencial, antigos e actuais membros do Governo norte-americano e jornalistas foram alvo de tentativas de intrusão informática.
Piratas informáticos iranianos, com a aparente cobertura das autoridades de Teerão, tentaram aceder ilicitamente a contas de email de 241 pessoas, entre indivíduos ligados a uma candidatura presidencial, actuais e antigos membros do Governo norte-americano, jornalistas de política internacional e “iranianos proeminentes” que residem no estrangeiro. A acusação é da Microsoft, que a revelou esta sexta-feira numa publicação no seu blogue oficial.
A unidade de segurança da gigante informática norte-americana afirma que o grupo, denominado Phosphorus, terá mesmo conseguido assumir o controlo de quatro das 241 contas. Os meios empregues nos ataques foram relativamente rudimentares, com os hackers a descobrirem respostas a perguntas de segurança, números de telefone e endereços de email alternativos a partir de informação publicamente disponibilizada sobre os seus alvos, conseguindo desta forma redefinir as senhas de acesso às contas visadas.
Os ataques ocorreram ao longo de um período de 30 dias entre Agosto e Setembro.
A Microsoft não nomeia a candidatura eleitoral visada. No entanto, a empresa decidiu vir a público com a informação relativa a estes ataques por considerar “importante” que “Governo e sector privado” sejam “cada vez mais transparentes em relação a ataques de nações estrangeiras e a tentativas de interferir em processos democráticos”.
Em Julho, como recorda o New York Times, o vice-presidente da Microsoft, Tom Burt, afirmou numa conferência de segurança em Aspen, no Colorado, que a empresa tinha provas que Irão, Rússia e Coreia do Norte eram as nações mais activas no lançamento de ataques informáticos contra entidades ligadas a campanhas eleitorais nos Estados Unidos, onde as próximas presidenciais estão marcadas para Novembro de 2020.