Já cá não está quem roubou
O nosso direito à verdade não pode, nem em tempo de campanha nem em tempo nenhum, ser suspenso.
O título de cima bem poderia ser o de um filme sobre o roubo de armas em Tancos. Um bando assalta um paiol, mas depois arrepende-se e conta à GNR e à PJM (Polícia Judiciária Militar). Guardas e militares, devidamente protegidos tanto pelas chefias directas como – tudo o indica – pela tutela governamental (a PJM está na alçada do Ministério da Defesa Nacional), encenaram, em conluio com os assaltantes, a devolução do armamento. Ladrões e polícias terão pensado que bastaria restituir as armas para apagar o sucedido. E o Governo ficou feliz por ter apagado esse fogo, curiosamente no mesmo dia em que se demitia a ministra responsável pelo combate aos fogos. Mas vivemos num Estado de direito e a Polícia Judiciária (PJ) deslindou a marosca, levando a Procuradoria-Geral da República a divulgar há dias a acusação, que envolve não só os implicados directos na bambochata como o próprio ministro que não a impediu nem denunciou. Ora, um roubo é um roubo e um roubo de material de guerra é gravíssimo por atentar contra a segurança nacional. Se os guardas, os militares e os governantes não nos protegem dos criminosos, mas antes os ajudam, que segurança pode ser a nossa?
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