Governo dos Açores declara crise energética após passagem do furacão Lorenzo

A destruição do porto comercial das Lajes das Flores deixa o grupo ocidental dos Açores sem acesso a combustível nestas “ilhas onde não existem outros meios”. Crise energética garante combustível a serviços de emergência, limita o abastecimento a 15 litros por ligeiro e dura até ao final de Outubro.

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Agitação marítima causada pela passagem do furacão LUSA/ANTÓNIO ARAÚJO

O Governo dos Açores declarou nesta quinta-feira “situação de crise energética” nas ilhas das Flores e do Corvo após os estragos causados pela passagem do furacão Lorenzo, que impossibilitam o abastecimento de combustível às duas ilhas que constituem o grupo ocidental do arquipélago. A declaração de crise energética ajuda a garantir os abastecimentos energéticos essenciais ao funcionamento dos serviços insulares (incluindo emergências) e às “necessidades fundamentais da população”. Estará em vigor desde as 19h desta quarta-feira até ao último minuto de dia 31 de Outubro.

Durante estas quatro semanas, existem limites no abastecimento em postos de combustível: um máximo de 15 litros de gasolina ou gasóleo diário por cada automóvel ligeiro e um máximo de 20 litros de combustível por cada pesado – um cenário semelhante à crise energética declarada durante a greve dos combustíveis em Abril e Agosto deste ano. Os responsáveis pelos postos de combustíveis devem afixar estes limites num local visível e assegurar o seu cumprimento.

Além do limite de combustível, os postos de abastecimento são ainda obrigados a reservar 40% do combustível disponível para uso exclusivo de autoridades e serviços prioritários. Aqui estão incluídas as Forças Armadas, a Protecção Civil, os serviços de emergência médica, de transporte de medicamentos, entidades públicas ou privadas que prestam serviços públicos essenciais na área da energia, telecomunicações, serviços postais, recolha de resíduos e limpeza urbana e ainda transporte público de passageiros.

Pessoas fogem das ondas em São Mateus Reuters/RAFAEL MARCHANTE
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores Reuters/RAFAEL MARCHANTE
São Miguel, Açores RUI SOARES
São Miguel, Açores RUI SOARES
São Miguel, Açores RUI SOARES
São Miguel, Açores RUI SOARES
São Miguel, Açores RUI SOARES
São Miguel, Açores RUI SOARES
São Miguel, Açores RUI SOARES
São Miguel, Açores RUI SOARES
São Miguel, Açores RUI SOARES
São Miguel, Açores RUI SOARES
São Miguel, Açores RUI SOARES
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores Reuters/RAFAEL MARCHANTE
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores Reuters/RAFAEL MARCHANTE
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores Reuters/RAFAEL MARCHANTE
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores Reuters/RAFAEL MARCHANTE
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores Reuters/RAFAEL MARCHANTE
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores Reuters/RAFAEL MARCHANTE
São Mateus Reuters/RAFAEL MARCHANTE
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São Mateus Reuters/RAFAEL MARCHANTE
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São Mateus Reuters/RAFAEL MARCHANTE
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Pessoas fogem das ondas em São Mateus Reuters/RAFAEL MARCHANTE

Dentro destes 40% estão ainda integrados os “veículos equiparados” a entidades prioritárias: “os de entidades públicas ou privadas destinados ao transporte de doentes e de pessoas portadoras de deficiência, legalmente identificados, veículos de Instituições Particulares de Solidariedade Social destinados ao apoio domiciliário, veículos destinados ao transporte de leite em natureza e de produtos agrícolas em fase crítica de colheita, veículos funerários, veículos que prestem serviços de piquete, de pronto socorro, reboques e camiões-guindaste e dotados de avisadores luminosos especiais e ainda veículos que assegurem o transporte de mercadorias perigosas.”

A passagem do furacão causou “sérias dificuldades na distribuição dos combustíveis nas ilhas das Flores e do Corvo”, refere o comunicado do governo dos Açores. Segundo o Decreto-Lei nº 114/2001, a situação de crise energética caracteriza-se precisamente pela “ocorrência de dificuldades no aprovisionamento ou na distribuição de energia que tornem necessária a aplicação de medidas excepcionais destinadas a garantir os abastecimentos energéticos essenciais ao funcionamento de um conjunto de serviços estruturantes da Região Autónoma dos Açores, dos sectores prioritários da economia local e à satisfação das necessidades fundamentais da população”.

O abastecimento nestas ilhas foi posto em causa pela destruição do porto comercial das Lajes das Flores após a passagem do furacão Lorenzo pelos Açores na quarta-feira. O presidente da Portos dos Açores, Miguel Costa, dizia ao PÚBLICO na quarta-feira que o porto “ficou todo destruído”, considerando a situação “gravíssima” e assinalando que “são ilhas onde não existem outros meios”. O furacão causou ainda danos materiais noutras ilhas dos Açores e foram registadas mais de 250 ocorrências pelo arquipélago. Há 53 pessoas desalojadas, mas não há feridos a registar. O furacão Lorenzo perdeu intensidade e está agora a deslocar-se rumo à Irlanda e ao Reino Unido.

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