Número de emigrantes para França em 2017 atingiu valor mais baixo desde o início da década
França deixou de ser o segundo principal destino da emigração portuguesa e já foi ultrapassada por Suíça e Espanha. Descida acompanha tendência global de diminuição da emigração nacional.
Em 2017, entraram em França 8316 portugueses. Uma diminuição de 32,8% em relação ao ano anterior, indicam as estimativas do Instituto Nacional de Estatística e Estudos Económicos francês, divulgadas nesta terça-feira pelo Observatório da Emigração.
No Relatório da Emigração de 2017, elaborado pelo Observatório da Emigração, o mesmo organismo francês estimava que, nesse ano, tinham entrado em França 11.284 portugueses. A diferença nos números relaciona-se com o facto de “os dados terem sido actualizados pelo próprio instituto de estatística de França”, explica Cláudia Pereira, coordenadora executiva do Observatório da Emigração. “Eles reviram as séries em Julho [de 2019], já depois da publicação do relatório.”
Os dados agora actualizados revelam que, desde 2010, o número mais elevado de entradas de portugueses em França foi alcançado em 2012. Nesse ano, 19.658 pessoas emigraram para o país.
Desde então, “o número de emigrantes portugueses para França tem vindo a diminuir”, escreve o Observatório da Emigração numa nota publicada no seu site. Foram “menos 4% em 2013, menos 22% em 2014 e menos 21% em 2015”. Em 2016 houve uma “ligeira retoma” (mais 7%), mas logo em 2017 registou-se “um decréscimo acentuado (menos 33%)”.
O valor registado em 2017 faz com que França deixe de ser o segundo principal destino da emigração portuguesa. Os primeiros lugares passam agora a ser ocupados por Suíça e por Espanha.
O Observatório da Emigração conclui que “as entradas em França parecem ter acompanhado a tendência geral dos fluxos de emigração portuguesa”.
A coordenadora executiva do Observatório da Emigração também explica que, neste período, “não houve uma redução da emigração só para França”. Verificou-se o mesmo fenómeno nas saídas de portugueses para o Reino Unido, Suíça ou Alemanha. “Está a haver uma ligeira descida para os principais países [de destino da emigração nacional], que nos parece que tem a ver com o aumento da taxa de emprego.”