Hungria promove embaixador a comissário, Roménia avança duas alternativas
Depois do chumbo das escolhas originais pelo Parlamento Europeu, Viktor Orbán seleccionou o representante permanente da Hungria para a pasta da Vizinhança e Alargamento. Bucareste indicou um homem e uma mulher, como tinha pedido Von der Leyen.
O representante permanente da Hungria junto da União Europeia, Olivér Várhelyi, foi o escolhido por Viktor Orbán para desempenhar as funções de comissário para a Vizinhança e o Alargamento para as quais foi inicialmente indigitado o antigo ministro da Justiça, Laszlo Trocsanyi, vetado pelo Parlamento Europeu.
O primeiro-ministro húngaro respondeu no próprio dia ao pedido de um nome alternativo feito pela presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e avançou a candidatura do seu embaixador na União Europeia, que descreveu como um “tecnocrata”. “Não me opus ao pedido da senhora Von der Leyen”, justificou Orbán, explicando que na sequência da rejeição do seu candidato original pelos eurodeputados, importava assegurar que a selecção do representante da Hungria no colégio de comissários fosse feita por si “e mais ninguém”.
Olivér Várhelyi considerou a nomeação para a equipa de Von der Leyen como uma “grande honra e privilégio”, numa mensagem publicava no Twitter. Diplomata de carreira, Várhelyi cumpriu comissões de serviço tanto no ministério da Justiça da Hungria como nos serviços da Comissão Europeia. O embaixador não pertence ao partido Fidesz de Viktor Orbán, mas é considerado um aliado político do primeiro-ministro húngaro.
Uma porta-voz da Comissão Europeia confirmou, esta terça-feira, que a nova escolha do governo húngaro já foi formalizada, e informou que a presidente eleita conduzirá uma entrevista preliminar com Várhelyi para decidir se aceita a sua nomeação. Se merecer o apoio de Von der Leyen, o candidato húngaro terá de passar pelo mesmo processo de avaliação da comissão de Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu antes de prestar provas numa audição parlamentar.
Já a Roménia recuperou as instruções originais de Ursula von der Leyen, e avançou o nome de um homem e uma mulher como possíveis alternativas à sua candidata inicial, Rovana Plumb, que também foi rejeitada pelo Parlamento Europeu após a análise da sua declaração de interesses. Os eurodeputados identificaram conflitos de interesse que, na sua avaliação, impediam a antiga ministra e eurodeputada do Partido Social Democrata romeno de desempenhar as funções de comissária dos Transportes para que foi indigitada.
A primeira-ministra, Viorica Dancila, indicou os nomes do eurodeputado Dan Nica, e ainda da secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Melania-Gabriela Ciot — que apesar de estar na “reserva” estará mais bem posicionada para ocupar o cargo, dado o interesse da futura presidente da Comissão em assegurar a paridade de género na sua equipa.
Nica esteve envolvido num caso judicial por suspeitas de corrupção quando ocupava o cargo de ministro das Comunicações, em 2004, mas acabou por nunca chegar a responder à justiça uma vez que o processo prescreveu antes de ser deduzida acusação contra ele.