CDU: a bóia de Rio, Tancos e os viveiristas da Ria Formosa

Comunistas acusam PSD de se agarrar ao assunto por “falta de política alternativa”, mas admitem viabilizar nova comissão de inquérito.

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Pedro Fazeres
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Começa a ser difícil para Jerónimo de Sousa mudar de fato de cada vez que, numa campanha como a CDU a concebe, o assunto é Tancos – é que os comunistas fazem questão de separar as águas e nem sequer tocam no assunto nos comícios. Mas o líder do PCP lá teve que responder a Rui Rio que sim senhor, está de consciência tranquila por ter ajudado a aprovar o relatório da comissão parlamentar de inquérito, apesar de este ilibar o ministro.

O comunista considera que o social-democrata insiste no tema porque encontrou ali uma “bóia de salvação” de que se está a “aproveitar”, uma vez que “não tem uma política alternativa” nem assunto nem perspectiva para o país. No entanto, se a Justiça considerar que há responsabilidades criminais, elas que se apurem “até às últimas consequências”. E também no plano político: Jerónimo admite que, se houver consenso no Parlamento, está disponível para apoiar uma nova comissão de inquérito.

Vista-se agora o fato de candidato da CDU para navegar pela Ria Formosa e ouvir os viveiristas queixarem-se de um futuro incerto. Há seis anos que boa parte dos viveiros está interdita devido à poluição das águas da ria pelos esgotos que ali desaguam (estão identificados 32, da Fuzeta a Faro), mesmo apesar de ter entrado em funcionamento uma nova ETAR. São 147 viveiristas e respectivas famílias que aguardam que o parque natural, a Agência do Ambiente, a capitania de Faro e as câmaras se entendam. Em vão – falta o essencial, a vontade política. Um dos objectivos é retirar os viveiros para outro local, mas também não está definido qual. Até lá, os viveiristas têm que continuar a pagar a licença, mesmo sem explorarem os viveiros, para não perderem o direito. E para equilibrar as contas de casa muitos têm que arranjar biscates ou trabalhar “à margem”, ou seja, ilegalmente.

Jerónimo fez questão de vincar a diferença face ao PAN defendendo a necessidade de se compatibilizar a defesa e conservação do ambiente com as actividades económicas tradicionais como é a da criação de bivalves como a amêijoa e a ostra, em vez de proibir a sua exploração.

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