Para Arunas Matelis, vencer (não) é o mais importante

Pouco se tem visto e debatido sobre o cinema recente feito na Europa de Leste. Arunas Matelis, cineasta lituano que estará no BEAST para apresentar o seu último filme, é um desses cineastas que importa descobrir.

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Quando lhe perguntamos pelas novas gerações de cineastas lituanos, Matelis, 58 anos, apressa-se a responder, galhofeiro, "Eu!"

Depois da chamada cair, ficamos a pensar na pergunta que não nos lembrámos de fazer: gosta do Los Olvidados, de Luis Buñuel? Não que o cinema de Arūnas Matelis, predominantemente (mas hibridamente) documental, possua uma intenção (neo-)realista de denúncia, mas nele existe também um desejo de rememoração: os olvidados de Matelis são tanto o ascensorista de Sunday. The Gospel According to lift-man Albertas (2003) como as crianças do hospital oncológico no belíssimo Before Flying Back to Earth (2005), como, ainda, os gregários de Wonderful Losers: A Different World (2017, representante lituano nos Óscares), filme que o cineasta virá apresentar ao Trindade a 1 de Outubro no âmbito do festival BEAST, focado nas cinematografias da Europa do Leste. São filmes em que o olhar se demora por figuras não-protagonistas, não-óbvias, que estão habitualmente esquecidas ou em segundo plano no dia-a-dia.

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