Uma portuguesa e três espanholas nadam no sábado, 28 de Setembro, cerca de 25 quilómetros, em mar aberto, na região de Múrcia, Espanha, numa acção solidária a favor de uma associação ambientalista que visa dar “visibilidade à problemática da poluição marinha”.
Em declarações à agência Lusa, Sara Ramalho, nadadora de 33 anos natural de Viana do Castelo, explicou que o objectivo desta iniciativa é “aumentar a consciencialização sobre a poluição marinha e inspirar o mundo a repensar o uso de plástico”.
Além da portuguesa, integram o projecto solidário Brazadas de Vida as nadadoras espanholas Célia Pascual, de Huelva, Marina Martinez, de Villena (Alicante), e Nuria Consuegra, de Madrid. “Somos apaixonadas por nadar no mar, queríamos ir além da prática desportiva e alcançar um impacto positivo na sociedade. É por isso que, através do Brazadas de Vida, tentamos dar visibilidade, consciencializar e denunciar causas com as quais nos sentimos identificadas, e pensamos que são problemas actuais”, disse Sara Ramalho.
Natural de Monserrate, em Viana, Sara Ramalho reside na capital espanhola, desde 2009. Licenciada em Gestão e a trabalhar numa empresa inglesa, Sara Ramalho adiantou que o “desafio” que as quatro vão enfrentar terá uma duração estimada de “mais de oito horas, sem descanso”, com a começar “na região de Múrcia, no Parque Regional Puntas de Calnegre - Cabo Cope, paralelo à costa, e entrando no Puerto de Mazarrón e na torre de Cabo Cope”.
A acção solidária tem início pelas 07h30 (hora local, mais uma do que em Lisboa), na praia de La Reya, no porto de Mazarrón. Em 2017, as quatro mulheres nadaram durante seis horas entre as ilhas de Formentera e Ibiza, numa acção solidária para ajudar os refugiados que atravessam o Mediterrâneo. Na altura, pretendiam angariar 10.800 euros, equivalentes ao número de braçadas que cada uma teve de dar para percorrer os 18 quilómetros que separam as duas ilhas Baleares.
“Conseguimos juntar 9.600 euros para a Proactiva Open Arms, uma Organização Não Governamental (ONG), com sede em Barcelona, especializada em salvamento marítimo e que intervém no mar Mediterrâneo com operações de resgate de milhares de refugiados que procuram uma nova vida”, explicou Sara Ramalho.
A natação, “paixão” partilhada pelas quatro nadadoras de um clube de Madrid, deu forma ao projecto Brazadas de Vida que este ano escolheu como beneficiário o projecto #HeroesDelMar, promovido pela associação Ambiente Europeo. Trata-se de “uma organização sem fins lucrativos dedicada à protecção do meio ambiente através de projectos baseados na consciencialização social dos problemas ambientais e na capacidade dos cidadãos de contribuir para sua solução”. Desta vez, a angariação de fundos não é o “principal objectivo”, mas continua a ser possível fazê-lo através de uma campanha de crowdfunding, que está a tentar reunir cerca de 2500 euros.