Presidente israelita deixa Netanyahu tentar formar governo
Primeiro-ministro está ainda longe de ter um bloco para uma coligação que o mantenha no cargo. Continua tudo em aberto.
O Presidente israelita, Reuven Rivlin, deu ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a primeira hipótese de tentar encontrar parceiros de coligação suficientes para formar Governo.
Nas eleições de terça-feira passada, Netanyahu ficou em segundo lugar, com apenas um deputado de diferença do seu rival, Benny Gantz. Mas nas recomendações de partidos políticos de quem deveria ser o primeiro-ministro, Netanyahu ficou ligeiramente à frente, daí que Rivlin lhe tenha dado a possibilidade de tentar formar governo. Se não conseguir, o seu rival terá a mesma hipótese.
“Nesta altura, o mandato presidencial é praticamente insignificante porque Netanyahu não tem os números” que lhe permitam ter uma maioria, diz o jornalista do Haaretz Anshel Pfeffer.
O Presidente pressionou para que os dois políticos se juntem num Governo de unidade nacional, e sugeriu mesmo um modelo em que a chefia do Governo seria rotativa, e em que o “número dois” substituiria o primeiro-ministro caso fosse necessário (por exemplo, caso houvesse uma acusação criminal, que Netanyahu deverá enfrentar após uma audiência com o procurador-geral na próxima semana).
Mas Gantz recusa-se a partilhar o Governo com Netanyahu enquanto ele for suspeito de corrupção, o que levou a especulações sobre a possibilidade do Likud deixar cair Netanyahu e participar no Governo com outra liderança, mas até agora não houve sinais disso poder acontecer. E não há outra coligação plausível enquanto o ultranacionalista secular Avigdor Lieberman se recusar a juntar-se a Netanyahu e aos partidos ultra-ortodoxos, que teriam uma maioria.
Lieberman tem apelado a um governo de unidade nacional alargado, que juntasse o Likud de Netanyahu, o Azul e Branco de Gantz, e o seu próprio partido, Israel Nossa Casa. Nas consultas com o Presidente, recusou-se a indicar a sua preferência de um candidato para primeiro-ministro.
Nas últimas eleições, em Abril, Lieberman recusou-se a entrar nesta coligação e negou uma maioria de deputados a Netanyahu. Em vez de ceder ao rival a oportunidade de formar Governo, o primeiro-ministro propôs a dissolução do Parlamento e novas eleições.