José Luís Peixoto e o peso do nome Saramago

Autobiografia é um romance que desafia o leitor ao diluir fronteiras entre o real e o ficcional, entre espaços e tempos, entre duas personagens de nome José, um jovem escritor e José Saramago. Este é provavelmente o melhor romance de José Luís Peixoto.

Foto
Rui Gaudêncio

O título, Autobiografia, e a designação “romance” inscrita, logo abaixo, na capa do mais recente livro de José Luís Peixoto (n. 1974), parece querer alertar o leitor para o jogo de ilusões que aí vem. E a leitura das primeiras páginas confirma essa ideia: há um escritor José [Saramago] e um aprendiz de escritor também chamado José [Luís Peixoto, pode o leitor presumir]. Ao fim de algumas páginas, percebe-se que é um livro que desafia a atenção de quem o lê: o jogo com os nomes, a mudança abrupta de cenas, as fronteiras ténues entre narradores e personagens, e adivinha-se que também haja essa diluição de limites entre espaços e tempos. A estrutura pouco comum, quando comparada com as dos livros anteriores do autor, torna de imediato Autobiografia um livro singular na obra de José Luís Peixoto.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção