Guarda Civil detém nove independentistas catalães suspeitos de planear acções violentas
Operação policial nos arredores de Barcelona teve como alvo elementos radicais dos CDR, o grupo independentista que organiza protestos de desobediência civil. Foi apreendido material para fabrico de explosivos.
Pelo menos nove pessoas ligadas ao movimento independentista catalão foram detidas na manhã desta segunda-feira na província de Barcelona, por suspeitas de planeamento de acções violentas. As detenções foram levadas a cabo no âmbito de uma operação da Guardia Civil espanhola, que investigava elementos mais radicais dos Comités de Defesa da República (CDR), grupos de cidadãos independentistas, formados nos meses anteriores ao referendo secessionista de Outubro de 2017, que organizam regularmente protestos de desobediência civil no território catalão.
Segundo a Guardia Civil, foi apreendido “abundante material e substâncias” susceptíveis de ser utilizado para fabrico e “confecção de explosivos” – uma conjectura que terá de ser confirmada pelos “especialistas”, alertam, no entanto –, bem como documentação diversa e material informático relevante.
A operação é o mais recente capítulo de uma investigação policial que já durava há mais de um ano, relacionada com suspeitas de crimes de terrorismo.
Em declarações à rádio RNE, o ministro do Interior, Fernando Grande Marlaska, limitou-se a confirmar as detenções, bem como as suspeitas da “possível realização de actos de carácter violento” por parte das pessoas em causa. Disse ainda que a operação “ainda está em aberto” e que pode haver “mais detenções”.
A operação policial teve lugar em várias localidades catalãs. Para além de Barcelona, Sabadell, Parets del Vallés e Santa Perpètua de Mogoda também foram alvo de buscas pela Guardia Civil. Os nove detidos serão ouvidos pela Audiência Nacional nos próximos dias.
Os nove detidos – que serão ouvidos pela Audiência Nacional nos próximos dias – formam parte das Equipas de Resposta Técnica, a facção mais violenta dos CDR e, segundo fontes policiais ouvidas pelo El País, acredita-se que estariam a planear acções violentas no aniversário do referendo independentista – declarado ilegal por Madrid – que abriu caminho para a declaração de independência no parlamento catalão, semanas mais tarde.
O calendário dos suspeitos poderia incluir ainda o dia em que serão conhecidas as sentenças aos políticos catalães envolvidos no processo independentista, apontadas para meados de Outubro.