PCP alerta para “riscos” de se “andar para trás” com votos no PSD, CDS-PP e PS

Muito do que se conseguiu não estava no programa do PS e, para avançar, foi preciso ultrapassar muitas e fortes resistências, disse Jerónimo de Sousa.

Foto
Só o reforço da CDU dá garantias, insistiu Jerónimo de Sousa LUSA/MIGUEL A. LOPES

O secretário-geral do PCP alertou este sábado que há “riscos” de se “andar para trás” nas legislativas, com votos no PSD e no CDS-PP, “mas também no PS”, considerando que para se “avançar” é preciso “dar mais força à CDU”.

Os riscos de andar para trás existem não apenas com o voto no PSD e no CDS, mas também com o voto no PS”, afirmou Jerónimo de Sousa, num almoço convívio da CDU na vila de Aljustrel, no distrito de Beja, no Alentejo. Segundo Jerónimo de Sousa, “veja-se como hoje acenam com o espantalho de novas crises para justificar a recusa de medidas para resolver os problemas dos trabalhadores e das populações e como dramatizam o discurso contra o perigo das exigências excessivas que põem em causa a estabilidade”.

Por isso, o líder do PCP defendeu que “a opção” nas legislativas de 6 de Outubro “é a de decidir entre avançar no que é preciso fazer pelo desenvolvimento do país e pelos direitos dos trabalhadores e do povo, dando mais força à CDU para afirmar e concretizar uma política alternativa, ou andar para trás, deixando o PS de mãos livres para praticar a velha política, com ou sem PSD e CDS”.

Para o dirigente comunista, “muitas das medidas” tomadas na actual legislatura que “os trabalhadores e a maioria dos portugueses reconhecem como positivas têm a marca da iniciativa e do voto dos partidos da CDU”, ou seja, do PCP e do Partido Ecologista Os Verdes.

“Várias medidas mostram que tudo o que é avanço, tudo o que é medida positiva a favor dos trabalhadores e do povo tem a marca do PCP e do PEV”, disse, frisando que foram “avanços conquistados a pulso”, porque “muito do que se conseguiu não estava no programa do PS e, para avançar, foi preciso ultrapassar muitas e fortes resistências”.

Trata-se de “um percurso de avanços que não se avalia apenas pelo valor do que se conquistou, mas pelo que significou de contenção na evolução de um preocupante trajecto de governação no país que há anos se vinha impondo pela mão, ora do PS, ora do PSD, ora do CDS e que explica a existência das profundas desigualdades no país e os níveis elevados de exploração do trabalho em Portugal”, frisou.

“Um preocupante trajecto de muitos e largos anos que temos que impedir que se retome”, alertou, acrescentando: “Sabemos quanto os grandes interesses apostam na mudança das circunstâncias para voltar ao caminho do costume, com os trabalhadores e o povo a pagarem os desmandos do capital, as suas crises e a sua gula exploradora”.

Por isso, vincou, “não se duvide” que “para avançar é preciso dar mais força à CDU”, porque “só o reforço” desta coligação “dá sólidas garantias de defesa dos progressos alcançados”.

“Ou a CDU tem força e o país avança ou, não se iludam, o caminho é andar para trás outra vez”, concluiu.