Prejuízos do grupo TAP perto dos 120 milhões até Junho
Individualmente, companhia aérea teve perdas de 112 milhões de euros entre Janeiro e Junho deste ano
O grupo de aviação TAP consolidou prejuízos de 119,7 milhões de euros no primeiro semestre do ano, anunciou hoje a companhia em comunicado na CMVM. O desempenho representa um agravamento de 29 milhões face aos prejuízos de 90 milhões de euros registados no período homólogo de 2018. Nos primeiros seis meses de 2017, as perdas tinham sido cerca de metade, de 54 milhões de euros.
Em seis meses, a SGPS superou o valor dos prejuízos que consolidou no ano completo de 2018, que foram de 118 milhões de euros para o grupo.
Foi também neste semestre que os já muito falados prémios foram decididos na companhia que é detida pelo Estado (50%), pelos privados da Atlantic Gateway (45%) e pelos trabalhadores (5%). A TAP distribui 1,17 milhões de euros em prémios a 180 trabalhadores, referentes ao ano fiscal de 2018 (em que tinha registado as já referidas perdas de 118 milhões de euros, quando em 2017 o resultado anual fora positivo em 21,2 milhões de euros), apesar da oposição dos administradores representantes do Estado, expressa a 21 de Março passado.
A TAP SA registou, individualmente, resultados líquidos negativos de 112 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano.
Na comunicação ao mercado, a gestão da “holding”, liderada por Antonoaldo Neves, justifica que o desempenho do grupo no semestre foi “impactado principalmente pela quebra de receitas de passagens do Brasil”, na ordem de 43,1 milhões de euros, e “pelo aumento dos custos com pessoal de 35,3 milhões de euros (mais 10,6% face ao período homólogo) em resultado das novas contratações e das revisões salariais negociadas em 2018”.
A gestão distingue ainda os dois trimestres em causa: “note-se que o resultado líquido do primeiro trimestre de 2019 foi de -110,7 milhões de euros [prejuízos de 110,7 milhões], tendo melhorado para -9 milhões de euros [prejuízos de nove milhões] no segundo trimestre”, “verificando-se a tendência de recuperação”.
As perdas de nove milhões registadas no segundo trimestre de 2019 comparam com prejuízos de 26,4 milhões de euros em igual período de 2018, esclarece ainda.
No período em questão, o “EBITDAR [sigla inglesa para resultados antes de juros, impostos, depreciação, apreciação, rendas e restruturação] teve um crescimento de 19,5% face ao primeiro semestre do ano anterior”.
No período em análise, foi concluído “com sucesso, o turnaround da ME Brasil [Manutenção e Engenharia], tendo a subsidiária registado um EBITDAR positivo de três milhões”.
A administração da TAP SGPS tem, ainda assim, “a expectativa de atingir este ano um resultado operacional melhor do que em 2018”, até porque, sublinha, a companhia tem agora “uma posição de caixa”, visto pela gestão como “indicador especialmente relevante para as companhias aéreas”, “mais confortável e sem precedentes próximos”, fruta da emissão obrigacionista de Junho último.
“A posição de caixa no final do primeiro semestre de 393,5 milhões de euros”, é contabilizado no comunicado, “e a extensão da maturidade média da dívida financeira reforçam a capacidade da companhia para prosseguir com o seu plano de transformação em curso”.
No primeiro semestre, “marcado por um período globalmente negativo para a aviação comercial na Europa” explica a gestão, “os resultados da TAP” acompanharam “a tendência de decréscimo verificada nas demais companhias aéreas europeias de bandeira”, referindo-se à IAG , Lufthansa e Air France-KLM.
Na operação, contudo, e “apesar do contexto, a companhia atingiu um novo recorde no número de passageiros”, com 7,9 milhões de clientes transportados nos primeiros seis meses, “um crescimento de 4,8% face ao período homólogo”.