Comic Con Portugal 2019: Gelados, cabeças cortadas e castelos insufláveis
A sexta edição da versão portuguesa da convenção de cultura pop, a segunda em Algés, começou na quinta-feira e vai continuar até domingo.
Uma pequena carrinha alusiva a Stranger Things gerava uma fila para receber gelados e gomas. À direita, uma estrutura com caras de Jennifer Lopez, Cardi B ou Constance Wu tinha dançarinas num varão ao som de Michael Jackson, uma forma de promover Ousadas e Golpistas, o vindouro filme de Lorene Scafaria em que um grupo de strippers rouba e vigariza ricos nova-iorquinos. À esquerda, dava para ver areia, palmeiras e um mini-half pipe de skate numa zona referente a L.A.’s Finest: Polícias de Los Angeles, uma série de polícias do AXN, da qual saía, bem alto, Diamonds & Wood, tema do mítico duo de rap texano UGK. Tudo isto acontecia ao mesmo tempo, debaixo de um calor abrasador e com a música em conflito, na quinta-feira à tarde, no primeiro dia, ainda com pouca gente, da sexta edição, da Comic Con Portugal, a convenção de cultura pop, pela segunda vez a decorrer em Algés.
Pouco antes, num painel de apresentação do filme, era revelado o trailer de Bruno Aleixo - O Filme uma semana antes de o resto do país o poder ver. A meio do painel, um cabo no tecto do pavilhão temporário montado no Passeio Marítimo de Algés soltou-se e uma parte da instalação eléctrica ia caindo do tecto, obrigando as pessoas a levantarem-se, acabando por nunca chegar ao chão. Ainda era possível ver, noutras parte do recinto, os últimos pregos a serem pregados por trabalhadores.
A Comic Con não é só o universo do cosplay, dos super-heróis, dos videojogos, dos jogos de tabuleiro ou de cartas, dos livros de culto, das estrelas do YouTube e outras plataformas online, das antestreias de séries, da ficção científica ou da banda desenhada. É o domínio de tudo o que de alguma forma possa ter fãs, do mais novo ao mais velho, do fã de Dungeons & Dragons ao miúdo que quer participar num casting de voz para a dobragem de Frozen II. Por todo o lado, fora dos pavilhões onde decorrem os vários painéis, marcam presença todo o tipo de marcas e objectos da cultura pop. E não é fácil escapar-lhes. Há cabeças cortadas de The Walking Dead, da FOX, perto de uma zona da AMC, que passa Fear the Walking Dead, não muito longe de um carro que antecipa a nova série da HBO inspirada no universo de Watchmen, o clássico da banda desenhada criado por Alan Moore, nem de um drácar que o TVSéries montou para assinalar a quinta temporada de Vikings.
Uma pessoa pode ir à Comic Con para ver os painéis, maiores ou mais pequenos, com maior ou menor afluência, mas também é possível ir só dar saltos num castelo insuflável de Desencantamento, a série animada que Matt Groening criou para o Netflix, jogar inúmeros tipos de videojogos, pedir autógrafos, comprar livros, jogos, filmes, gadgets, bonecos, roupa.
Numa escolha completamente insólita para alguém que tenha visto um filme do realizador, existe um jogo cheio de luzes em que uma pessoa tem de carregar o mais rapidamente possível num botão para vender Ad Astra, o novo filme do contemplativo James Gray. Fazia parte de uma zona com outras combinações mais óbvias, tais como um jogo de tiros para promover o próximo Exterminador Implacável, ou um de socos a antecipar o reboot de Os Anjos de Charlie, ambos com estreia marcada para o final de Outubro.
A Comic Con essa, acaba este domingo, e por Algés ainda vão passar, entre sábado e domingo, nomes como Avi Nash, de The Walking Dead, Benedict Wong, do Universo Cinematográfico Marvel e Projecto Gemini, Millie Bobby Brown, da já mencionada Stranger Things, Anthony Carrigan, de Barry, podendo ainda haver nomes só confirmados à última hora.