Um pterossauro a que chamaram “dragão congelado do Norte”
Fósseis de um pterossauro descobertos no Canadá permitiram identificar um dos maiores animais voadores que se conhecem, podendo atingir os dez metros de envergadura de asas.
Cientistas acabam de identificar no Canadá uma nova espécie de pterossauro, grupo de répteis voadores desaparecido da Terra há 66 milhões de anos. O Cryodrakon boreas – que significa “dragão congelado do Norte” – viveu há cerca de 77 milhões de anos, no período Cretáceo, e é um dos maiores animais voadores de sempre.
Num artigo na revista Journal of Vertebrate Paleontology, a equipa refere que o Cryodrakon boreas é um dos maiores pterossauros conhecidos. Podia atingir os dez metros de envergadura de asas e os 250 quilogramas. O maior pterossauro conhecido – o Quetzalcoatlus – tem uma envergadura de 10,5 metros e foi descoberto no estado norte-americano do Texas. A nova espécie difere dos restantes pterossauros na forma das vértebras, nos ossos cervicais e nos ossos das patas.
É provável que o “dragão congelado” fosse um animal pesado e robusto, o que contraria a caracterização clássica dos pterossauros como animais ultraleves especializados no voo capazes de atravessar oceanos e continentes. O Cryodrakon boreas caçaria no solo e utilizaria o voo apenas para escapar ao perigo. Era carnívoro, alimentando-se provavelmente de lagartos, pequenos mamíferos ou até crias de dinossauros.
“Os pterossauros estão entre os animais fossilizados mais populares e carismáticos. Têm servido de inspiração de inúmeros filmes de monstros”, afirma Michael Habib, cientista da Universidade da Califórnia do Sul e um dos responsáveis pela descoberta, em comunicado da instituição. “Eram essenciais nos ecossistemas globais, por isso são fundamentais para perceber a ecologia e as extinções daquela altura e podem dar pistas importantes sobre como os animais daquela época respondiam a mudanças significativas no clima.”
Vários fósseis de pterossauro têm sido recolhidos no Parque Provincial dos Dinossauros, em Alberta, no Canadá, desde 1972. Normalmente os fósseis encontrados são pequenos fragmentos do esqueleto de pterossauros, mas o conjunto de fósseis examinado agora pela equipa de Habib encontrava-se mais bem preservado. “A maioria dos exemplares é constituída apenas por um osso. A nova espécie é representada por um esqueleto parcial, que pode revelar mais sobre a anatomia da espécie, como voava e como vivia.”
Texto editado por Teresa Firmino
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