Navegar é preciso
Antes que os pensamentos azedem para os aborrecimentos do costume, não esquecer que o cruzeiro é o sonho de milhões; que hoje tudo é negócio; que não distinguimos a realidade da ficção porque essas palavras foram a pique num naufrágio de sentido.
Quando nos aproximamos da terra, os nativos da ilha tinham cercado o navio. (…) As canoas estavam repletas de mulheres que, pela beleza da face e do corpo, não ficavam nada atrás da maioria das Europeias. Essas ninfas estavam quase todas nuas (…) fazendo sinais de sedução que, apesar da sua inocência, demonstravam alguma vergonha; ou porque em toda a parte a natureza adornou o sexo com uma timidez ingénua; ou porque, mesmo nos lugares onde ainda reina a idade de ouro, as mulheres parecem não querer aquilo que mais desejam. (…) No meio daquele espectáculo, perguntava-me como seria possível manter nos seus postos quatrocentos franceses, jovens, marinheiros que desde há seis meses não tinha visto sinal de mulheres? (1)
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