Água-arriba: um barco onde cabe um universo de tradições do rio Lima

Meio de transporte de pessoas e de bens em décadas já consumidas pelo tempo, o barco água-arriba regressou às águas do Lima passados 50 anos, graças à iniciativa de Manuel Rocha e Amélio Pereira, construtores navais, e da Câmara de Ponte de Lima. A promoção do turismo náutico é um dos objectivos. O reavivar de um pedaço de história, que encerra em si várias tradições, é outro.

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Adriano Miranda

Entre a ponte medieval, erguida em granito, a nordeste, e a ponte contemporânea, suporte de carros e camiões, a sudoeste, as águas do rio, serenas, banham a vila de Ponte de Lima num dia de Verão. Do areal ribeirinho, vêem-se canoas a deslizar sobre o azul, mas também uma outra embarcação: não de plástico, mas de madeira. À medida que se aproximava da margem, mais nítidos se tornavam o mastro, a vela quadrangular e os cabos do Água-arriba, uma embarcação que se multiplicou pelo Rio Lima em décadas passadas, descendo-o à vela, com o sopro do vento, e subindo-o à vara, pela força física do ser humano.

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