Dorian deixou duas ilhas das Bahamas devastadas
O furacão perdeu intensidade, mas continua a ser perigoso à medida que se desloca na direcção do sudeste dos EUA.
Com a chegada das primeiras equipas de resgate começa a ser possível avaliar os estragos deixados pelo furacão Dorian durante a sua passagem pelas Bahamas no início da semana. As autoridades descrevem um cenário de devastação e prevêem que o número de mortos venha a subir.
Imagens aéreas mostram bairros residenciais destruídos na ilha de Great Abaco, uma das que foi mais atingidas pelo furacão. “Não é possível dizer se há ali alguma casa, parece que um monte de materiais de construção passou por uma grande trituradora e foi espalhado pelo chão”, diz à CNN Brandon Clement, depois de ter sobrevoado a ilha de helicóptero.
O Governo calcula que tenha sido destruído cerca de 60% das casas da ilha onde moram mais de 17 mil pessoas. Os ventos causados pelo furacão foram os mais fortes desde que há registos, diz a BBC.
Depois da passagem do furacão, os ventos fortes permanecem nas ilhas de Great Abaco e na Grande Bahama, mas a chuva esmoreceu. A ilha de New Providence, onde se situa a capital Nassau e que é vital para o sector turístico, foi poupada.
O primeiro-ministro, Hubert Minnis, disse que há sete mortos confirmados, mas esse balanço é ainda provisório e as autoridades acreditam que irá subir. “Fomos atacados por uma tempestade perversa e devastadora”, disse à CNN o chefe do Governo. A passagem do Dorian pelo arquipélago é “uma das maiores crises nacionais na história do nosso país”, acrescentou.
Estima-se que cerca de 60 mil pessoas nas duas ilhas mais afectadas sofram de carência alimentar, de acordo com uma avaliação do Programa Alimentar Mundial da ONU. Nas redes sociais multiplicam-se as mensagens que dão conta de desaparecidos.
Entretanto, o Dorian perdeu intensidade e está classificado actualmente como uma tempestade de categoria 2, com ventos de 117 km/h. Os seus efeitos começaram a sentir-se esta madrugada na costa leste da Florida e são esperados ventos fortes e chuvas ao longo do litoral da Geórgia e da Carolina do Sul e do Norte durante os próximos dois dias.
Os governadores dos estados por onde o Dorian irá passar deram ordem para a retirada de mais de um milhão de pessoas que moram nas zonas costeiras.
A comunidade científica considera que os furacões que anualmente se formam têm tendência para serem mais fortes e destrutivos devido à subida da temperatura média do planeta. “Uma subida da temperatura média à superfície do oceano aumenta a velocidade do vento, bem como a quantidade de precipitação que um furacão irá gerar”, diz o correspondente de Meteorologia da BBC, Tomasz Schafernaker.