António Capucho regressa ao PSD

Militante tinha sido expulso em 2014 por ter apoiado um candidato que não era do partido à presidência da Câmara de Sintra.

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António Capucho Nuno Ferreira Santos

O PSD anunciou nesta segunda-feira que António Capucho “vai regressar ao partido que ajudou a fundar em 1974”, tendo a sua nova ficha de militante “dado entrada na sede do PSD”.

António Capucho foi expulso do partido em 2014, depois de ter apoiado Marco Almeida à Câmara de Sintra, o mesmo candidato que o PSD viria a apoiar quatro anos mais tarde para a mesma autarquia, onde Marco Almeida tinha sido vice-presidente de Fernando Seara.

Este militante histórico do PSD começou por ser secretário-geral adjunto com Sá Carneiro, foi, depois, deputado à Assembleia da República, eurodeputado, vice-presidente do Parlamento Europeu, secretário-geral do PSD, vice-presidente da Comissão Política Nacional e também líder da bancada parlamentar social-democrata.

Foi ainda, por diversas vezes, membro do Governo, como secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, ministro da Qualidade de Vida e, mais tarde, ministro dos Assuntos Parlamentares.

Foi, ainda, presidente da Câmara de Cascais e membro do Conselho de Estado.

Manteve-se afastado da acção política durante os últimos anos, mas, diz o PSD, “sempre com espírito crítico”. E, acrescenta: “manifestou a vontade de regressar ao PSD com a eleição de Rui Rio para a presidência do partido”.

“António Capucho faz parte da história do PPD/PSD ao qual regressa agora, para contribuir com a sua experiência política e pessoal na construção de um projecto para o futuro do país”, acrescenta a nota social-democrata.

Disponível para ajudar

Em declarações à Lusa, António Capucho manifestou-se disponível para ajudar “a melhorar, reafirmar e reerguer a imagem do partido junto dos eleitores” durante a campanha eleitoral para as eleições legislativas.

“Iniciei o processo para uma eventual readmissão no partido, que é um processo burocrático, que decorre os seus trâmites, porque achei que era minha obrigação estrita, como amigo de Rui Rio e como apoiante da linha que ele defende dentro do PSD”, disse à Lusa o antigo vice-presidente daquele partido.

António Capucho considerou “absolutamente necessário” dar este “sinal público” de “apoio e de disponibilidade”, uma vez que todos os simpatizantes e militantes do PSD devem cerrar fileiras “à volta de uma campanha muito difícil e de uma candidatura muito complexa, tendo em conta os outros protagonistas e os adversários políticos, principalmente o Partido Socialista”.

“Estou disponível para o que ele [Rui Rio] entender útil durante esta campanha eleitoral, dentro das minhas limitações próprias, mas estou disponível, sem qualquer outro interesse, que não seja ajudar a reerguer o partido junto dos eleitores”, sublinhou.

António Capucho disse ainda que já expressou nesta segunda-feira ao presidente do PSD a sua “disponibilidade, sem qualquer outro interesse”, de ajudar “em melhorar, reafirmar e reerguer a imagem do partido junto dos eleitores”.

Concelhia de cascais vai reunir

A Comissão Política Concelhia do PSD-Cascais, presidida por Basílio Castro, vai reunir na próxima quinta-feira e a refiliação de António Capucho vai ser discutida. Esta concelhia, a que pertencia Capucho antes de sair do partido, é obrigada pelos estatutos a dar um parecer, embora este não seja vinculativo. Se a decisão tomada pela direcção do PSD não agradar à distrital esta tem 30 dias para recorrer ao Conselho de Jurisdição.

A reunião de quinta-feira já estava marcada antes de o secretário-geral do PSD, José Silvano, ter informado verbalmente a concelhia, na manhã desta segunda-feira, de que iria ser emitida uma nota a anunciar o regresso de Capucho. Até ao final da tarde de domingo, a concelhia ainda não tinha sido informada por escrito, como mandam os estatutos do PSD.

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