Assunção Cristas diz ter “vacina contra sondagens”

A líder do CDS salientou que as prioridades do partido são “libertar” as famílias e as empresas da “maior carga fiscal de sempre”. Na Madeira pediu-se o fim das “arrogâncias absolutas” do PSD regional.

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LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, disse neste sábado na Madeira que o partido tem uma “vacina contra sondagens” e vincou que está a trabalhar para criar uma “alternativa de centro-direita” para o país.

“Temos uma vacina de iniciação no CDS, que é uma vacina contra sondagens”, afirmou, num comentário à sondagem da TSF/JN, divulgada hoje, que coloca o partido com 4,5% das intenções de voto e que, no geral, afasta a possibilidade de a direita formar maioria.

“Estamos a trabalhar acreditando que há muita gente que pensa que faz sentido votar no CDS, porque faz sentido dar força a uma alternativa para o nosso país de centro-direita, que tenha arrojo, que esteja centrada nas pessoas”, declarou.

O comício de reentrada política do CDS-PP decorreu na freguesia da Fajã de Ovelha, concelho da Calheta, zona oeste da Madeira, e contou com a participação várias centenas de militantes e simpatizantes.

Assunção Cristas salientou que as prioridades do partido são “libertar” as famílias e as empresas da “maior carga fiscal de sempre” e proporcionar um sistema de saúde de qualidade para todos, bem como estabelecer licenças de parentalidade de um ano e uma rede de cuidadores para os mais idosos.

O objectivo é, disse, fazer com que o país progrida e chegue a “crescimentos a sério”, sem pôr em causa as contas públicas.

“Nós sabemos que isto tem efeito benéfico e baixámos o IRS à conta do excedente orçamental que foi ganho pelo esforço de todos os portugueses”, afirmou.

A líder centrista propõe também um “território coeso” e promete defender uma “verdadeira continuidade territorial e uma verdadeira coesão social”, com “soluções diferentes” para os “territórios mais difíceis”, nomeadamente as regiões autónomas e o interior do continente.

Por outro lado, Assunção Crista considerou que é “extraordinariamente importante” para o país, desenvolver um “verdadeiro e efectivo” combate à corrupção.

“Combate à corrupção que outros têm medo, mas nós não temos medo, pelo contrário sabemos que um Estado e uma democracia que se dá ao respeito é aquela que aceita que não pode ter corrupção”, disse, sublinhando a necessidade de ter “meios com consistência” ao serviço da Polícia Judiciária e do Ministério Público.

Assunção Cristas sublinhou, por outro lado, que o CDS-PP é “talvez o único partido” do espectro político-partidário nacional que valoriza de forma “séria, profunda, sensata e equilibrada” as áreas relacionadas com a soberania, a justiça, a segurança e com a valorização das forças de segurança, as relações externas e as nossas forças armadas.

“Faz sentido votar no CDS porque temos medidas destinadas às pessoas em todos os momentos da sua vida e porque o país precisa de equilibrar”, declarou, vincando que não aceita cenários de maiorias absolutas de um só partido, nem de maiorias de dois terços à esquerda.

“Isso não é próprio de um país que se quer desenvolvido, isso não é próprio de um país que se quer equilibrado, isso não é próprio de um país que faça sentido para todos as pessoas”, afirmou.

CDS-PP/Madeira quer fim das “maiorias” e “arrogâncias absolutas" 

O líder do CDS-PP/Madeira e cabeça de lista às legislativas regionais, Rui Barreto, disse que pretende contribuir para acabar com as maiorias absolutas na região autónoma nas eleições de 22 de Setembro.

“A Madeira é governada há 43 anos pelo mesmo partido (PSD). Maiorias absolutas transformam-se normalmente em arrogância absoluta. Por isso, nós temos no dia 22 de Setembro que terminar, desta vez, com as maiorias absolutas na Madeira”, afirmou.

“Tenho sentido que, de forma artificial, alguns querem transformar as eleições regionais do dia 22 de Setembro num joguinho entre o PSD e o Partido Socialista”, disse, sublinhando que tal não corresponde há verdade, pois o CDS-PP é líder da oposição regional há oito anos (7 deputados em 47 no total do parlamento) e foi o partido de “mais propostas apresentou e mais propostas viu aprovadas”.

O líder centrista considera, por isso, que as eleições regionais não têm de ser decididas apenas entre o PSD e o PS, e acusou os sociais-democratas de ter “desiludido” os madeirenses, alertando também para a “ilusão” proposta pelos socialistas.