Deputados conservadores que tentarem travar “Brexit” sairão das listas eleitorais de Johnson
Ex-ministros como Philip Hammond e David Gauke são alvo desta tentativa de manter a fidelidade nas fileiras do partido do primeiro-ministro Boris Johnson.
Os deputados conservadores que pretendam votar a favor de uma lei para impedir o Reino Unido de sair da União Europeia sem que exista um acordo para regular a relação com o bloco serão eliminados das listas nas próximas eleições.
Na mira desta medida estão ex-ministros como Philip Hammond e David Gauke, que se têm destacado como opositores do “Brexit” sem acordo, noticiou o colunista do tablóide The Sun James Forsyth, que escreveu também sobre o tema no site da revista The Spectator. Se votarem para de alguma forma impedir a saída da UE a 31 de Agosto – o prazo limite marcado por Bruxelas – estes deputados serão tratados como se tivessem votado a favor de uma moção de censura, explica.
Só o poderão fazer a partir de 3 de Setembro, e até dia 10 – o tempo que o Parlamento britânico estará aberto, até ser suspenso, por decisão do primeiro-ministro Boris Johnson.
Esta forma extrema de tentar manter a fidelidade da bancada tory pode ser vista como uma limpeza, afastando do partido políticos que não sejam eurocépticos radicais. Mas, nota Forsyth, esta táctica não é assim tão diferente da usada pelo ex-primeiro-ministro John Major em 1993, quando enfrentou oposição ao Tratado de Maastricht.
Philip Hammond respondeu, através do Twitter, a esta notícia, considerando-a uma “enorme hipocrisia”. “Oito membros do actual Governo desafiaram este ano a ortodoxia do partido. Quero honrar o programa eleitoral de 2017, que prometia uma saída ‘ordeira e suave’ e uma ‘parceria profunda e especial’ com a União Europeia. Não um no deal não democrático”, escreveu o ex-ministro das Finanças de Theresa May.