Líder do CDS critica descentralização “sem clareza” e “sem recursos”

Assunção Cristas é contra a regionalização

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A líder do CDS visitou hoje a AgroSemana na Póvoa de Varzim LUSA/HUGO DELGADO

A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu hoje que o Governo do PS falhou no processo de descentralização, argumentando que foi feito “sem clareza” e “sem recursos”.

“Temos todas as condições para ter uma descentralização mais eficaz. Quando vemos o Governo a lançar o tema da regionalização só podemos concluir que falhou na descentralização que ele próprio quis fazer”, disse Assunção Cristas.

A líder dos centristas abordou esta tarde o tema à margem de uma vista à feira agrícola AgroSemana, na Póvoa de Varzim, vincando que é a favor da descentralização, mas não de uma “regionalização que trará mais impostos, cargos políticos e burocracia”.

“Somos muito críticos à forma como a descentralização estava a ser feita, sem clareza, sem recursos, e sem se perceber o que se deixa de fazer nível central. Precisamos de descomplicar e aproveitar as ferramentas do mundo digital”, analisou a presidente do CDS-PP.

Para Assunção Cristas, “é preciso que as pessoas que moram em Lisboa, em Vila do Conde, no Porto ou em Bragança, saibam como é o seu relacionamento com o Estado e respectivos serviços”, sugerindo que se aposte mais “na força dos municípios e das comunidades intermunicipais”.

No âmbito desta visita à feira agrícola na Póvoa de Varzim, a presidente do CDS-PP recordou que um dos eixos fundamentais do programa do partido para as próximas eleições legislativas “é o compromisso com o mundo rural”.

“Para o CDS são muito importantes os agricultores e as empresas desta área. Merecem todo o nosso agradecimento e apoio porque estão a trabalhar, muitas vezes em condições difíceis, para termos produtos de primeira qualidade. Temos um território para preservar também a através de uma agricultura mais moderna”, analisou líder centrista.

Assunção Cristas lembrou, ainda, os constrangimentos que o sector agrícola sentiu com a recente greve dos motoristas de transporte, e reiterou a necessidade “alterar a lei dos serviços mínimos”.

“Se comparamos a nossa lei da greve com outros países, percebemos que a nossa está muito desactualizada. Entendemos que deve ser feito um grande debate nacional para termos uma lei dos serviços mínimos adequada ao século XXI e à economia que temos, onde, por exemplo, no sector agrícola temos muitas exportações e queremos ter mais, e não podemos permitir que poucos paralisem um país”, afirmou a líder dos centristas.