Levantada proibição de banhos na praia de S. Martinho do Porto

Buscas por terra e mar não detectaram quaisquer exemplares de caravela-portuguesa.

Foto
Caravela-portuguesa Enric Vives-Rubio/Arquivo

Os banhos de mar voltaram esta sexta-feira a ser permitidos na praia de S. Martinho do Porto, em Alcobaça, após uma vistoria realizada durante a manhã em que não foram detectadas caravelas-portuguesas, divulgou a Autoridade Marítima Nacional (AMN).

De acordo com a AMN, foram esta sexta-feira de manhã “efectuadas buscas, tanto por terra como por mar, não sendo detectados quaisquer exemplares de caravela-portuguesa”, o que determinou o levantamento da proibição de banhos que se encontrava em vigor desde terça-feira.

O capitão do Porto da Nazaré, Paulo Gomes Agostinho, determinou, às 10h desta sexta-feira, que fosse “hasteada a bandeira amarela” e indicou ainda “um reforço de atenção, por parte dos nadadores-salvadores para, em caso de algum avistamento [de caravela-portuguesa], reportarem imediatamente”, pode ler-se na página da AMN.

Os banhos na praia de S. Martinho do Porto, no concelho de Alcobaça, foram proibidos na terça-feira após vários banhistas terem reportado avistamentos de caravelas e de um banhista ter sofrido queimaduras, tendo sido transportado para o Hospital das Caldas da Rainha, no distrito de Leira.

Dado a presença daquela espécie não ser habitual nas águas de São Martinho do Porto, a bandeira vermelha manteve-se içada no dia seguinte, “por precaução”.

A Polícia Marítima da Nazaré, em conjunto com os tripulantes da Estação Salva-vidas da Nazaré e os nadadores-salvadores em serviço, montou “um dispositivo no mar, com três embarcações, e em terra, com duas viaturas todo-o-terreno e pessoal apeado que, durante o dia, actuou de modo a evitar que outros banhistas sofressem lesões”.

Até ao final de quarta-feira “foram detectados e recolhidos sete espécimes”, divulgou a Autoridade Marítima.

O que fazer em caso de contacto com uma caravela-portuguesa?

A Capitania do Porto da Nazaré deixa ainda o alerta aos banhistas para, em caso de avistamento, “avisarem as autoridades e evitarem qualquer contacto” com aquele organismo.

Em caso de contacto acidental os banhistas não deverão coçar a zona atingida; usar água doce, álcool ou amónia; ou colocar ligaduras.

O procedimento indicado pelas autoridades sugere lavar a área atingida com soro fisiológico e retirar “com cuidado os tentáculos (caso tenham ficado agarrados à pele), utilizando luvas, uma pinça de plástico e soro fisiológico”.

Sugerem ainda a aplicação de pomada própria para queimaduras e o rápido recurso a assistência médica.

Os sintomas da picada da caravela-portuguesa são dor forte e sensação de queimadura, irritação, vermelhidão, inchaço e comichão, sendo que algumas pessoas, especialmente sensíveis às picadas e venenos das caravelas portuguesas, podem ter reacções alérgicas graves.

A caravela-portuguesa tem o nome científico de Physalia physalis e vive na superfície do mar graças ao seu flutuador cilíndrico, azul-arroxeado, cheio de gás. Os seus tentáculos podem atingir 30 metros e o seu veneno é considerado muito perigoso.