Rui Rio alerta para “o défice mais grave que é o défice externo”

Líder do PSD diz que é preciso “modificar o modelo de crescimento da economia” porque começa a ser o consumo a puxar por esta e, com isso, há um agravamento “do défice externo”.

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Rui Rio considera que o défice mais grave neste momento é o externo LUSA/ESTELA SILVA

Rui Rio considera que a opinião do Financial Times, que diz que Portugal é a “esperança” na Europa, é isso mesmo: uma “opinião” de um “jornalista” que “está longe” e não sabe o que se passa no “quotidiano” do país. Para o líder do PSD, o que se vê por cá é bem diferente do cenário traçado pelo jornal financeiro: é uma “completa degradação dos serviços públicos” em que voltámos a ter “défice externo”.

Para o líder social-democrata, o cenário traçado pelo FT não é, na verdade, aquele que os portugueses vêem nesta altura, a começar pelo facto de as contas públicas estarem novamente a depender do consumo interno. “Estamos outra vez com o consumo a puxar pela economia” e com um “défice da balança de pagamentos”. “O défice externo, que já tínhamos conseguido eliminar, aumentou outra vez. O endividamento está a aumentar, esse endividamento que determinou a falência” do país em 2011. “Temos de ter muito cuidado, o défice mais grave que temos é o défice externo”, referiu Rui Rio à saída de uma visita que fez à Cercimarco, em Marco de Canaveses.

Rio recorda que a economia portuguesa saiu “razoavelmente estabilizada” do período da troika, porque depois de um “período negro” os “indicadores acabam por melhorar” a reboque de uma recuperação mundial. Contudo, Portugal criou emprego, mas “relativamente precário e de baixos salários” e é isso que o líder do PSD quer mudar, criando “emprego com salários mais altos”, modificando “o modelo de crescimento da economia portuguesa”.

As declarações do social-democrata tinham como base um editorial do jornal FT que, na sua edição desta segunda-feira, referia que o país é uma espécie de luz ao fundo do túnel na Europa que dá sinais de recessão. Num texto com o título “Perspectivas brilhantes para Portugal levam alguma esperança à Europa”, o autor discorre sobre as conquistas do “sagaz” António Costa que foi eleito prometendo acabar com a austeridade, mas que acabou por beneficiar do que foi feito pelo anterior Governo.

Falando aos jornalistas, Rui Rio criticou o estado actual dos serviços públicos do país e referiu-se a uma “completa degradação dos serviços públicos”. Como exemplo, o líder do PSD deu a atribuição das reformas. “Temos uma altura em que nos podemos reformar e é empurrada para a frente seis meses, sete meses ou um ano porque os serviços públicos não funcionam”, exemplificou.

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