Colômbia vai propor à ONU pacto regional de conservação da Amazónia
A proposta será entregue à Assembleia-geral da ONU em Setembro, anunciou o Presidente colombiano, Iván Duque.
O Presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou que irá entregar à ONU a proposta de um pacto regional de conservação da Amazónia, em resposta aos incêndios que afectam a maior floresta tropical do mundo.
“Queremos liderar um pacto de conservação entre os países que partilham o território da Amazónia”, afirmou Duque, num evento numa comunidade indígena em Isla Ronda, departamento do Amazonas. A proposta será entregue à Assembleia-geral da ONU em Setembro, indicou. “Não temos incêndios comparáveis aos do Brasil, mas devemos estar preparados”, acrescentou o chefe de Estado colombiano.
Os países das sete maiores economias do mundo (G7) e a União Europeia estão a discutir formas de “ajudar o mais rapidamente possível os países afectados” pelos incêndios que se multiplicaram nas últimas semanas na Amazónia, anunciou o Presidente francês, Emmanuel Macron, durante a reunião do G7. “Há uma verdadeira convergência” e estão a ser feitos contactos “com todos os países da Amazónia” para que sejam finalizados compromissos concretos “de meios técnicos e financeiros”, disse Macron, o anfitrião da cimeira do G7.
Os ecossistemas da floresta amazónica são os mais afectados pelo aumento do número de fogos no Brasil: quase 73 mil focos de incêndio contabilizados até 19 de Agosto, um aumento de 83% em relação ao ano passado. Apesar do clima estar mais seco do que em 2018, a maior parte dos incêndios é provocada por acção humana, “seja acidental ou propositada”, apontam os investigadores citados pela imprensa brasileira. “A culpa não é do clima, ele só cria as condições, mas alguém coloca o fogo”, afirmou Alberto Setzer, ao Estadão.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta. Tem cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (que, como o nome indica, pertence a França). Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a desflorestação da Amazónia aumentou 88% em Junho e 278% em Julho, comparando com o mesmo período do ano passado. Em 30 anos, calcula-se que tenha perdido cerca de 20% da sua área florestal original — o equivalente a oito vezes o território de Portugal.