Fim do corte nos salários dos políticos: Rio concorda apesar de ser “impopular”
Rio rebateu as críticas de Costa sobre o programa eleitoral do PSD: “Prometer tudo a todos é o que todos fazem e eu isso não faço”.
O presidente do PSD, Rui Rio, concorda com António Costa na devolução do corte de 5% nos vencimentos de titulares de cargos políticos durante a próxima legislatura. “Eu entendo que, uma vez que já acabaram com os cortes todos, só falta um, então deve-se acabar mesmo com os cortes todos. Não tenho dúvidas sobre isso. Pode ser muito impopular, mas é a minha convicção”, frisou este sábado, em declarações aos jornalistas, acrescentando que nunca falou com António Costa sobre o tema.
Rui Rio, contudo, não concorda com o comentário de António Costa ao programa eleitoral do Partido Social-Democrata (PSD), salientando que não é uma “marca” do seu partido “prometer tudo a todos”.
“Ele [António Costa] não disse que o PSD tem um mau programa eleitoral, disse que no programa eleitoral do PSD se prometia tudo a todos, que é exactamente aquilo que eu não faço. Mas depois também confessou que não leu o programa, portanto é normal que quem não leu o programa possa fazer um comentário que não é adequado ao programa”, disse Rui Rio.
O social-democrata falava na sequência das declarações do secretário-geral do PS, António Costa, em entrevista ao semanário Expresso.
Na entrevista, António Costa classificou o programa eleitoral do PSD de Rui Rio como um “mau exemplo” que promete “tudo a todos”.
“Pareceu-me um mau exemplo do que deve ser um programa de um partido que pretende ser Governo. Para isso, não pode prometer tudo a todos”, disse António Costa, embora confessando não ter lido ainda o documento “de fio a pavio”.
Em declarações aos jornalistas, durante a 40.ª edição da AGRIVAL -- Feira Agrícola do Vale do Sousa, em Penafiel, Rio salientou que o programa eleitoral do partido apenas “promete as contas todas”, nomeadamente “um cenário macroeconómico estável”.
“Temos um cenário macroeconómico estável que ele [António Costa] refere na entrevista que também o fez há quatro anos, só que nada daquilo que ele disse se verificou, erram completamente o cenário macroeconómico. O nosso naturalmente está feito com outra prudência para não prometer tudo a todos, porque prometer tudo a todos é o que todos fazem e eu isso não faço”, concluiu.