Pardal Henriques é candidato às legislativas pelo PDR e deixa de ser porta-voz do sindicato
O até agora porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas faz parte das listas do partido de Marinho e é cabeça de lista por Lisboa.
Pedro Pardal Henriques, porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), vai candidatar-se às eleições legislativas pelo Partido Democrático Republicano (PDR), liderado por Marinho Pinto.
Foi o próprio Marinho e Pinto que confirmou aos jornalistas a entrada de Pardal Henriques nas listas do PDR para as legislativas de 6 de Outubro. Mais tarde, pardal Henriques confirmou a candidatura, revelando que é cabeça de lista do partido por Lisboa
“Pardal Henriques vai ser candidato pelo PDR, mas na altura própria divulgaremos o círculo eleitoral por onde se candidatará”, disse aos jornalistas o advogado e ex-deputado europeu, depois de entregar a lista dos candidatos pelo círculo eleitoral do Porto.
Marinho e Pinto assumiu que ter Pardal Henriques nas listas é um “grande orgulho” porque ele foi a “imagem e a cara de um combate sindical extremamente importante por ter fugido ao controlo que os aparelhos partidários têm sobre o sindicalismo em Portugal”.
“Portanto, isto é de enaltecer e de elogiar”, frisou.
O advogado e porta-voz do SNMMP é “muito daquilo” que o partido vem defendendo, nomeadamente um rosto do combate à fraude, evasão fiscal ou corrupção, disse.
A propósito, e quanto ao facto de Pardal Henriques estar a ser investigado pelas autoridades, Marinho e Pinto lembrou que as suspeitas só surgiram quando ele “ganhou protagonismo”, acrescentando que em Portugal é “demasiado fácil” constituir alguém arguido.
“Estou há décadas sob suspeitas, estive no tempo da ditadura e estou hoje, tenho mais de uma dezenas de queixas-crime e, no entanto, nunca fui julgado”, vincou.
Questionado sobre um eventual aproveitamento político de Pardal Henriques, ao integrar as listas do PDR, Marinho e Pinto lembrou que se esse fosse o seu objectivo teria outros partidos “mais importantes”, dado o PDR ser um “partido pequeno”.
O presidente do PDR assumiu que vai a eleições para combater a actual “forma errada” de fazer política e trabalhar em benefício de um colectivo nacional e europeu e de o progresso económico-social do país.
Contra a corrupção
Já ao final da tarde desta quarta-feira, Pardal Henriques emitiu um comunicado em que afirma que aceitou convite para integrar a lista do PDR como cabeça de lista pelo círculo de Lisboa.
“Tomei esta decisão depois de ponderar bastante e de conferenciar com a minha família, e fi-lo consciente de que pretendo ser uma voz activa por todas as causas que tenho vindo a defender, e que considero que hoje não estão representadas no Parlamento português”, escreveu.
E dá como exemplo “a reacção dos partidos políticos, e em especial dos partidos com assento parlamentar relativamente à utilização de todos os meios possíveis para através da força e da aliança com as empresas, dizimar os direitos constitucionais dos trabalhadores, que reclamam unicamente o pagamento do trabalho que fazem, sem esquemas fraudulentos”.
Pardal Henriques deixou não serei mais o porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, “por forma a não misturar o que poderia ser interpretado como campanha eleitoral”.
“No entanto, continuarei a representar juridicamente este Sindicato, assim como o Sindicato dos Seguranças e Vigilantes de Portugal, o Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa, assim como outros Sindicatos e causas que aceitei defender, e fá-lo-ei com a mesma determinação, dinamismo e empenho como emprego em todas as causas que defendo”, acrescenta.
“Aqueles que não sabem como me atacar mais, dirão (como já disseram) que me quis aproveitar da causa dos motoristas para me autopromover. No entanto, quem me conhece sabe perfeitamente que defendo esta causa desde 2017, e nunca foi a minha intenção iniciar uma carreira política. A estas pessoas que possam utilizar esses argumentos baixos, apenas questiono o porquê não tiveram coragem de assumir esta ou outras causas como estas? É mais fácil criticar ou manter-se conivente com os esquemas instalados no nosso Estado”, acrescenta.
Diz ainda que continuará a exercer a advocacia “e a defender todas as causas em que acredito, e em especial o novo sindicalismo independente”: “Pretendo fazê-lo com uma voz activa contra a hipocrisia e a corrupção no Parlamento Português, não me conformando com a agressão aos Direitos Fundamentais dos trabalhadores, dos pensionistas, e daqueles que sofrem diariamente pelos ataques desferidos pelos poderes coligados no nosso Estado de Direito.”
Padral Henriques conclui afirmando que se candidata “para defender e representar estas causas, contra a corrupção” e porque acredita “que podemos voltar a recuperar os valores de Abril”.
Em Outubro de 2015, o PDR foi a sétima força política mais votada nas eleições legislativas, com 1,14% (61.632 votos), atrás do PAN, que elegeu um deputado. com Lusa