Bundesbank alerta que economia alemã pode estar a entrar em recessão

Banco central alemão afirma que o PIB “pode continuar a cair ligeiramente” entre Julho e Setembro.

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Jens Weidmann, presidente do Bundesbank Kai Pfaffenbach

O Bundesbank, banco central alemão, alertou hoje que a economia alemã, a maior da Europa, pode estar a recuar durante os meses de verão, depois da contracção já registada no segundo trimestre deste ano, aumentando a possibilidade de entrar em recessão.

No seu relatório mensal, divulgado hoje, o Bundesbank afirma que o Produto Interno Bruto (PIB) alemão “pode continuar a cair ligeiramente” no terceiro trimestre, entre Julho e Setembro. A confirmar-se, será o segundo trimestre consecutivo de contracção da economia alemã, depois de o PIB ter recuado 0,1% no segundo trimestre, entre Abril e Junho. Uma recessão técnica consiste em dois trimestres consecutivos de recuo da economia, medida pelo PIB.

No seu relatório mensal, o banco central alemão indica que, com a descida na produção industrial e nas encomendas ao sector é provável que a quebra na economia alemã esteja a manter-se durante o Verão. “O desempenho económico geral pode recuar ligeiramente mais uma vez. Crucial para isso é a desaceleração em curso na indústria”, afirma a instituição, citada pela Associated Press.

“Os desenvolvimentos futuros vão depender de quanto tempo dura a actual dicotomia económica e qual a direcção que tomará”, afirma também o Bundesbank, citado pela agência Blooomberg, acrescentando que, “como as coisas estão actualmente, não é claro se as exportações e, por extensão, a indústria vão recuperar o equilíbrio, antes que a economia doméstica seja mais severamente afectada”.

O Bundesbank aponta ainda, no relatório, que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e a saída do Reino Unido da União Europeia (“Brexit”), entre outros factores, têm penalizado a economia alemã, muito dependente das exportações, apesar de ser esperado que o PIB alemão registe um crescimento no conjunto do ano. Muitos analistas estão receosos de que a continuação das tensões comerciais prolongue a desaceleração no sector industrial alemão e acabe por afectar o sector dos serviços.