Islândia assinala desaparecimento de glaciar
Na placa em memória de Ok, um antigo glaciar, estará a menção “415 ppm CO2”, em referência ao nível recorde de concentração de dióxido de carbono (CO2) registado na atmosfera em Maio passado.
A Islândia vai descerrar este domingo uma placa em memória do primeiro glaciar da ilha a perder essa denominação, para chamar a atenção para o aquecimento global.
A placa vai ser descerrada no local do antigo Okjokull, ou glaciar Ok, em islandês, no oeste da ilha. A cerimónia vai contar com a presença da primeira-ministra islandesa, Katrin Jakobsdottir, e a antiga comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos Mary Robinson.
Na placa estará a menção “415 ppm CO2”, em referência ao nível recorde de concentração de dióxido de carbono (CO2) registado na atmosfera em Maio passado.
“Ao assinalar a destituição deste glaciar, queremos destacar o que está a desaparecer, ou a morrer, em todo o mundo, e chamar a atenção de que se trata de algo feito pela humanidade”, afirmou, em comunicado, Cymene Howe, professora de antropologia na Universidade Rice nos Estados Unidos, uma das responsáveis pela iniciativa.
“O debate sobre as alterações climáticas consegue ser muito abstracto, acompanhado por numerosas estatísticas catastróficas e modelos científicos complexos e incompreensíveis”, acrescentou. Assim, “um monumento em memória de um glaciar desaparecido pode servir para se perceber” a situação actual, disse.
Em 1980, o Okjokull cobria 16 quilómetros quadrados de superfície, já em 2012 a extensão coberta era de 0,7 km2, de acordo com um relatório da Universidade da Islândia, publicado em 2017. Em 2014, as autoridades tomaram, pela primeira vez, a decisão de desclassificar o Okjokull.
O parque natural do Vatnajokull, no Sul da Islândia, inscrito no património mundial da Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) desde Julho, tem o nome do glaciar que abriga, considerado o maior da Europa.