Costa deseja “esforço final” para pôr fim à greve dos motoristas

Primeiro-ministro observou que Rui Rio tem “estado ausente” e aconselhou o líder do PSD a “concluir as férias”.

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António Costa disse não ver necessidade de alterar a lei da greve LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O primeiro-ministro apelou nesta sexta-feira a um “esforço final” para que se ponha fim à greve dos motoristas de matérias perigosas e elogiou os portugueses pelo “civismo exemplar” com que têm lidado com a situação. Já sobre as críticas feitas pelo líder do PSD à actuação do Governo, António Costa recordou que Rui Rio “tem estado ausente” e desejou que “conclua as suas férias”.

À saída da reunião semanal com o Presidente da República, em Belém, o primeiro-ministro desdramatizou a crise dos combustíveis, ao dizer que a greve tem decorrido “de forma pacífica”, apesar do “potencial gigantesco” que tinha para correr mal. “Muitos receavam que o país parasse. A verdade é que não parou”, vincou o chefe do Governo, destacando ainda o esforço final que está a ser feito para seja possível entrar na próxima quinzena de Agosto sem mais preocupações nesta matéria”. E deixou uma “palavra de solidariedade” para os portugueses e de “gratidão” para as Forças Armadas e forças de segurança, pela forma “exemplar” como têm desenvolvido as suas funções, sem deixar de assinalar o “custo significativo” que tem sido suportado pelos contribuintes. 

Nas suas declarações, por várias vezes, António Costa referiu-se à actual situação da greve como estando na “ponta final”, depois do acordo alcançado pela Fectrans e por um dos sindicatos que convocaram a paralisação, o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias, expressando o desejo de que a situação volte à “normalidade”.

O primeiro-ministro referiu-se, por várias vezes, a “pessoas ausentes” que vieram criticar a actuação do Governo e voltou a fazê-lo quando foi confrontado com as críticas do líder do PSD feitas horas antes, em conferência de imprensa. “Não vou comentar declarações do dr. Rui Rio que fez a opção de estar ausente e não terá acompanhado tudo aquilo que tem sido feito. Desejo que o dr. Rui Rio conclua com felicidade as suas férias”, disse.

António Costa considerou que a actuação do Governo foi a “adequada” ao ter decretado os serviços mínimos, quando as partes não se entenderam, e ao impor a requisição civil parcial, quando se verificou o incumprimento dos serviços mínimos. Acrescentou que o Governo se ofereceu para ser mediador nas negociações, o que só acontecerá se for “útil” para o processo. “Se formos úteis, estamos disponíveis para cumprir essas funções. O que é fundamental é pôr fim à greve”, disse, referindo que essa situação seria benéfica para os próprios trabalhadores em protesto, dado o “grau de exaustão” em que alguns estão, por aquilo que tem visto “na televisão”.

O primeiro-ministro disse ainda não ver necessidade em alterar a lei da greve, já que foi respeitada pelas partes. 

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