Teatro do Vestido apresenta Mãos Gretadas nas salinas da Figueira da Foz
Em 2018 fizeram Pontes de Sal, com “cariz mais etnográfico”. Este ano voltam à Figueira da Foz com novo espectáculo, “numa vertente mais poética”
O Teatro do Vestido volta este ano às salinas da Figueira da Foz para apresentar esta quinta e sexta-feira Mãos Gretadas (ainda às voltas com o sal), espectáculo feito em percurso, que cruza histórias e poesia.
O espectáculo, que decorre no âmbito do festival Citemor, é a segunda vez que leva o Teatro do Vestido a trabalhar sobre a realidade laboral das salinas da Figueira da Foz, depois de em 2018 ter feito a apresentação Pontes de Sal, com a leitura de diários de campo e outros materiais que decorreram da residência artística ali realizada.
Se em 2018 a apresentação tinha “um cariz mais etnográfico”, este ano há “uma vertente mais poética”, disse à Lusa a directora da companhia, Joana Craveiro.
Em Mãos Gretadas (ainda às voltas com o sal), cruzam-se as histórias de vida das pessoas que trabalham nas salinas — “que não se limitam ao sal” —, expressões muito próprias daqueles lugares e um conjunto de cartas de alguns “amigos artistas”, explicou. Uma “correspondência bastante poética“, como contou Joana Craveiro, que lançou uma pergunta aos seus amigos: “Se te falar do sal o que me respondes?”. Para além dessa componente poética na correspondência com artistas, há também a poesia que encontra nas frases das pessoas que encontrou nas salinas, referiu.
O espectáculo, que trabalha em torno dessa “polifonia cénica”, conta ainda com uma “camada musical forte”, a partir do trabalho do músico Carlos Marques, que explora as expressões que foram descobrindo nas salinas da Figueira da Foz.
No Citemor, que arrancou a 25 de Julho, o preço do bilhete é definido pelo próprio espectador, de acordo com a sua disponibilidade e expectativas. O festival de teatro divide-se entre Coimbra, Figueira da Foz e Montemor-o-Velho.