FC Porto estreia-se com exigência elevada e pouca margem de erro

Os “dragões” defrontam nesta quarta-feira, na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, o FK Krasnodar, clube russo que tem jogadores de qualidade e já um mês de competição oficial.

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Sérgio Conceição fala com os jogadores do FC Porto antes do jogo com o Krasnodar Reuters/JASON CAIRNDUFF

Trinta e sete dias depois de 22 futebolistas se apresentaram no centro de estágio do FC Porto, em Vila Nova de Gaia, para o início da preparação “azul e branca”, o primeiro jogo oficial dos portistas na época 2019-20 será um teste com um grau de exigência elevado e pouca margem de erro. Com Sérgio Conceição ainda à procura das melhores soluções para reconstruir uma equipa que sofreu baixas importantes, os “dragões” terão pela frente o FK Krasnodar, clube russo com jogadores de qualidade e que chega à 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões com um mês de competição oficial nas pernas.

É um lugar-comum os treinadores dizerem que “o próximo jogo é o mais difícil”, mas o semblante carregado apresentado por Conceição, na conferência de imprensa de antevisão da estreia oficial do FC Porto em 2019-20, não deverá ter sido motivado apenas por uma má disposição ou pelo habitual comportamento temperamental do técnico. Sem medir as palavras, Conceição reconheceu em Krasnodar que a sua equipa está numa pré-eliminatória “por culpa própria” - “Não ganhámos o campeonato, temos de assumir a responsabilidade” – e que, por isso, terá “a obrigação” de passar para “estar onde merece”: “A par do Real Madrid e Barcelona, o FC Porto é o clube com mais presenças na Liga dos Campeões.”

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E para estar no sorteio da fase de grupos, que se vai realizar no dia 29, Conceição terá que começar por vencer o duelo com o jovem Murad Musaev, o técnico de 35 anos que colocou o FK Krasnodar no topo do futebol russo e que tem a seu favor dois factores importantes: já disputou quatro jornadas no campeonato e tem um plantel com poucas alterações em relação à última época.

Um dos segredos do sucesso recente do rival do FC Porto, que nos últimos anos consolidou um lugar no top-5 do futebol russo, está na estabilidade que tem tido no plantel. Com o conforto financeiro garantido pelos milhões de rublos injectados por Sergey Galitsky, dono do clube e 617.º na lista da Forbes dos mais ricos do mundo, a equipa da cidade russa próxima do mar Negro tem conseguido, ano após ano, subir a qualidade da equipa. Pelo que se viu nas primeiras jornadas do campeonato russo, essa evolução qualitativa vai manter-se. E isso pode ser um problema para o FC Porto.

Ao contrário de Conceição, que viu as baixas provocadas pelas saídas de jogadores como Casillas, Militão, Felipe, Óliver, Herrera ou Brahimi serem colmatadas a conta gotas, Musaev ficou sem apenas dois habituais titulares – Kaboré e Pereyra -, mas a tempo e horas viu a sua equipa ser reforçada em quantidade e qualidade: o russo Ruslan Kambolov, o dinamarquês Younes Namli, o holandês Tonny Vilhena, o sueco Marcus Berg e o francês Rémy Cabella.

Mesmo sem o internacional russo Yury Gazinsky e o internacional sueco Viktor Claesson, dois dos jogadores mais importantes para Musaev que estão a recuperar de lesões graves, no primeiro mês de competição o FK Krasnodar mostrou ter mais opções e, apesar de ter sido derrotado na estreia, venceu as duas partidas seguintes e, no passado fim-de-semana, esteve a ganhar em São Petersburgo ao Zenit até ao minuto 90: o internacional russo Artyom Dzyuba evitou a derrota do campeão da Rússia no período de descontos.

Contra o Zenit, Musaev apresentou um quarteto defensivo habituado a jogar junto, colocando a equipa em 4x1x4x1, modelo já utilizado na última temporada nos jogos com um nível de dificuldade mais elevado, apresentando, no entanto, um meio-campo totalmente renovado: os reforços Kambolov, Namli, Vilhena e Cabella foram titulares.

Essa será, em princípio, a estratégia que Musaev terá preparada para o jogo da próxima semana no Dragão, mas em Krasnodar o plano do técnico russo deverá passar por um esquema táctico mais audaz: o jovem Ivan Ignatyev ou o experiente Marcus Berg devem surgir no “onze”, jogando no ataque ao lado de Ari.

Do lado do FC Porto, a principal dúvida recai nas opções de Sérgio Conceição para o ataque, o sector portista onde há mais abundância. Na baliza, um par de treinos parecem ter bastado para Marchesín destronar Vaná, enquanto na defesa não há incertezas: Saravia, Pepe, Marcano e Telles serão titulares. Depois, surge o principal quebra-cabeças de Conceição. Ainda sem Uribe, o técnico tem pouco por onde escolher no meio-campo, sendo que deve apostar nos mais experientes – Danilo, Sérgio Oliveira e Otávio. Com fartura q.b. de opções no ataque, a falta de ritmo de Marega coloca Corona na direita como o único aparentemente indiscutível. Na esquerda, Nakajima e Díaz são as opções, enquanto no centro Soares parece levar vantagem sobre Zé Luís.

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