Aumento do número de mortes leva Filipinas a declarar epidemia de dengue
O Governo das Filipinas declarou estado de epidemia em Julho.
As Filipinas declararam a existência de “epidemia nacional de dengue” depois de pelo menos 622 pessoas terem morrido este ano devido à doença.
Desde Janeiro até finais de Julho, o Governo filipino registou a ocorrência de 146 mil casos de dengue. O número de doentes representa um aumento de 98% dos casos em comparação com o período homólogo, informou o departamento de Saúde das Filipinas.
O Governo decidiu declarar uma epidemia para que os funcionários possam identificar as áreas que estão a precisar de uma intervenção de emergência.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência global da dengue aumentou dramaticamente nas últimas décadas.
Uma das razões apontadas para explicar o aumento da doença está relacionada com os receios da população em tomar vacinas, o que levou a uma grande queda nas taxas de imunização nas Filipinas por doenças evitáveis, alertaram as autoridades no ano passado.
Em causa estão algumas preocupações desencadeadas sobre Dengvaxia, a primeira vacina do mundo contra a dengue, depois de 14 crianças terem morrido entre 2016 e 2017, após tomarem as doses da vacina.
A Sanofi, a empresa francesa que desenvolveu a vacina, e especialistas locais garantiram que não há evidências que estabeleçam uma ligação entre as 14 mortes e a vacina, mas foi suficiente para deixar a população em alerta.
A doença manifesta-se, habitualmente, com sintomas semelhantes à gripe, com febre, dores de cabeça, dores nos músculos e nas articulações, vómitos e manchas vermelhas na pele e, mais raramente, por um quadro hemorrágico.
A dengue afecta mais de 400 milhões de pessoas a cada ano em todo o mundo, a maioria delas em zonas tropicais ou subtropicais. A maioria dos casos de infecção grave é detectada em crianças.
Para combater a doença com eficácia, é essencial que seja feito um diagnóstico na sua fase mais precoce. Nesse sentido, está a ser desenvolvido um dispositivo com sensores altamente sensíveis para a detecção precoce do vírus da dengue na Universidade de Bath, no Reino Unido. A investigação é coordenada pelo investigador português Paulo Rocha e pretende criar um sensor de baixo custo, capaz de detectar eficazmente a presença do vírus na sua fase mais precoce. O grupo de investigadores destaca que este pode ser um dispositivo essencial às comunidades dos países em desenvolvimento.