Lisboa vai ter mais 210 scooters eléctricas partilhadas
A eCooltra, empresa espanhola de scooters eléctricas partilhadas, expandiu a sua área de utilização à Avenida Marechal Gomes da Costa e completou a ligação ao Parque das Nações, chegando ainda ao Prior Velho. Nas próximas semanas haverá mais 210 motas pelas ruas de Lisboa.
Entrou em Lisboa em Abril de 2017 com 25 scooters e, aos poucos, foi crescendo no número de motas e na área em que é possível pegar numa e viajar pela cidade. Nas próximas semanas, a frota das motas eléctricas partilhadas da eCooltra vai crescer, passando a ser 500 — neste momento são 290. A empresa anunciou ainda recentemente a expansão da área para a Avenida Marechal Gomes da Costa, completando a ligação ao Parque das Nações, e para o Prior Velho, nas proximidades do aeroporto. No entanto, as scooters da eCooltra vão deixar de estar disponíveis em algumas ruas da Ajuda, de Caselas e do Restelo.
“O nosso aumento de frota é, sobretudo, para suprir necessidades. Lisboa está com um boom gigante de utilização”, diz ao PÚBLICO o responsável pela eCooltra em Portugal, Paulo Martins. E também para fazer face à procura nas zonas do Centro Comercial Colombo, do Saldanha e do Bairro Alto, sobretudo à noite, assim como Algés, onde se regista muita procura. Quanto à expansão para a zona mais oriental de Lisboa, o responsável explica que isso acontece para reforçar as zonas da Expo e do aeroporto. “Temos um parque entre as partidas e as chegadas [do aeroporto] que funciona muito bem.”
O reforço de oferta nas scooters eléctricas, que são que alugadas através de uma aplicação, coincide com a entrada em Lisboa de dois operadores de scooters eléctricas partilhadas — a empresa espanhola Acciona e da startup portuguesa Wyze. Assim, dois anos depois de entrar no mercado português, a eCooltra passa a ter concorrência, mas Paulo Martins desvaloriza a questão. “Nas outras cidades, temos concorrência. Com concorrência aumentamos o nível de trabalho”, nota.
A eCooltra é uma subsidiária da Cooltra, uma empresa de aluguer tradicional de motas que entrou em Portugal ainda em 2016. No mesmo ano, foi lançado o sistema de scooters eléctricas partilhadas da eCooltra em Barcelona. Em 2017, chegaram a Lisboa, Madrid e Roma. Depois Valência e Milão, e segundo diz Paulo Martins, estão com um projecto em Málaga e Maiorca, mas apenas no período de Verão. A empresa tem planos de expansão para outras cidades em Portugal, mas Paulo Martins não adianta para quais.
Navegante poderá incluir operadores de sharing
Sem adiantar números, Paulo Martins sublinha que o negócio tem tido “muita aceitação”. Quando as scooters chegaram a Lisboa, a estimativa da empresa era conseguir mais de 25 mil utilizadores na capital portuguesa e receitas de 550 mil euros no primeiro ano de actividade. Este objectivo, diz o responsável, foi atingido. “As pessoas gostam desta comodidade de poderem estacionar onde querem, não terem o stress de pagar parquímetros. O sistema de transportes também não é o melhor. E agora está sobrecarregado por causa do [passe] Navegante”, justifica.
Nos últimos meses, as empresas de aluguer de trotinetes entraram em força na cidade — são já nove —, mas o responsável admite que tal não se reflectiu na procura pelas eCooltra. “As trotinetes não são concorrentes. O público-alvo é diferente”, nota. E admite até que a eCooltra já pensou em investir nas trotinetes, mas que não deve acontecer para já. Quanto aos problemas com o estacionamento – como se verificam com as trotinetes – Paulo Martins diz que não têm sido registados incidentes com as motas. “As pessoas têm muito cuidado com as scooters. Tivemos só uma onda de vandalismo no ano passado”, diz, mas que entretanto parou.
Sobre se será um dia possível fazer parcerias com os transportes de Lisboa, como a empresa de trotinetes eléctricas partilhadas Hive fez com a Otlis – empresa que detém a Lisboa Viva –, oferecendo 20 minutos grátis a quem tivesse um cartão Lisboa Viva e se registasse na aplicação, Paulo Martins diz que isso está a ser trabalhado, em conjunto com o município. “Fala-se na possibilidade do Navegante integrar todos os operadores de sharing [de partilha]. Como as empresas [de transporte público] não têm dinheiro para aumentar as frotas, as pessoas estão a voltar-se para estes sistemas de mobilidade. Estamos à espera que a Otlis nos dê respostas de como poderá ser feito tecnicamente”, diz Paulo Martins.