Trump pediu aos americanos que condenem “o racismo”, mas diz que a culpa não é das armas

Presidente dos EUA disse que autores de ataques como o de El Paso, em que 22 pessoas morreram, são “monstros doentes mentais”.

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Trump falou junto a um retrato de George Washington na Casa Branca Chris Kleponis/REUTERS

Donald Trump pediu aos norte-americanos que condenassem o “racismo, a intolerância, e os supremacistas brancos”, depois de um atirador ter morto 22 pessoas num supermercado em El Paso, no Texas. Mas se condenou “o ódio racista” e pediu “união nacional” para alcançar uma resposta, não mencionou as acusações de que os seus comentários com forte carga racial terão contribuído para um aumento dos crimes de ódio.

O Presidente dos Estados Unidos também não apelou a que o Congresso aprove legislação para controlar ou limitar o número de armas em circulação nos EUA – medidas que tanto a maioria dos deputados do Partido Democrata como activistas têm exigido ao longo dos anos. Repetiu chavões que o Partido Republicano costuma usar sempre que se regista mais um ataque de um atirador e há vítimas mortais: necessidade de lidar melhor com as doenças mentais, com a violência nos media e nos jogos de vídeo, os perigos da Internet e das redes sociais, cita o New York Times.

Num discurso em que não permitiu aos jornalistas fazerem perguntas, Trump disse ter dado indicação ao Departamento de Justiça para investigar o caso do atirador do Walmart de El Paso, no Texas, como um caso de terrorismo doméstico, e para propor legislação que garanta que quem cometa crimes de ódio e homicídios em massa enfrente a pena capital, diz a Reuters.

Doenças mentais e ódio levam a puxar o gatilho, o problema não é a arma”, afirmou o Presidente dos EUA. Chamou aos atiradores que fazem homicídios em massa “monstros doentes mentais”.

Grupos que defendem o controlo das armas reagiram rapidamente às palavras de Donald Trump. “Sejamos claros: o que está em causa não são doenças mentais, não são jogos de vídeo, não são filmes. Isto que ele diz são argumentos usados pela NRA (National Rifle Association, o lobby das armas norte-americano). O que está em causa é o acesso fácil às armas”, comentou John Feinblatt, presidente da Everytown for Gun Safety, citado pelo New York Times.

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