Empresas de Portugal e Galiza suspeitas de se apropriarem de 20 milhões de fundos europeus
A Guardia Civil espanhola, em colaboração com agentes da PJ, fez buscas em quatro moradas de empresas do sul da região de Pontevedra (Galiza). Há pelo menos dez pessoas envolvidas.
Uma rede de empresas portuguesas e espanholas poderá ter obtido de forma fraudulenta mais de 20 milhões de euros de fundos comunitários através do programa Portugal 2020, noticia o jornal espanhol El País. Há pelo menos dez pessoas envolvidas, investigadas por fraude fiscal.
Citando fontes do Ministério do Interior espanhol, o diário escreve que os investigadores suspeitam que estas empresas, localizadas maioritariamente na província de Pontevedra (Galiza), existiam apenas para receber subsídios comunitários. Estas empresas, sediadas na Galiza e em Portugal, terão criado uma rede de facturação entre si para obter fundos comunitários do Portugal 2020.
As empresas espanholas — algumas das quais geridas por cidadãos portugueses e, em certos casos, pela mesma pessoa — emitiam facturas falsas para portuguesas, relata o diário espanhol.
A alegada fraude foi descoberta após uma ordem de investigação europeia. A suspeita foi levantada em Portugal, no âmbito de uma investigação mais ampla sobre apoios comunitários. De acordo com o El País, a polícia portuguesa encontrou ligações entre uma série de empresas sediadas no sul da Galiza e uma alegada fraude detectada pelas autoridades europeias.
Na semana passada, foi levada a cabo pela Guardia Civil espanhola, em colaboração com membros da Polícia Judiciária portuguesa, uma operação no sul da província de Pontevedra, coordenada por um tribunal de Vigo. Foram feitas buscas a quatro empresas com sede em Vigo e nos municípios de O Rosal e Oia, perto da fronteira com Portugal. Foi apreendida documentação relativa a extractos de contas-corrente, declarações fiscais e comprovativos de pagamentos que podem esclarecer a suspeita de fraude que as autoridades portuguesas estimam ser superior a 20 milhões de euros, relata o El País.
Na sequência da ordem de investigação europeia, a Unidade de Polícia Judiciária Orgânica da Guarda Civil de Pontevedra activou um protocolo de cooperação internacional com a Polícia Judiciária, numa operação denominada Frangus.
O PÚBLICO tentou obter mais esclarecimentos junto da Polícia Judiciária portuguesa, sem sucesso.