Líder do CDS acusa PS de “ataque destrutivo à democracia”

Dirigente socialista Porfírio Silva tinha acusado o CDS de ter lançado um “ataque” ao PS “como instituição da democracia”.

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Assunção Cristas visitou o centro comunitário paroquial de Cascais. LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O CDS subiu o tom das críticas e acusou nesta quinta-feira o PS de fazer um “ataque destrutivo à democracia” por tratar o Estado “como se fosse a sua casa”, a propósito das incompatibilidades de governantes.

Escassas três horas depois de o dirigente socialista Porfírio Silva ter acusado o CDS de ter lançado um “ataque” aos socialistas “como instituição da democracia”, a líder do partido, Assunção Cristas deu a resposta em quatro frases e em 40 segundos, à margem de uma visita ao centro comunitário paroquial de Cascais.

“Ataque à democracia é ver este Governo e este primeiro-ministro a tratarem o Estado como se fosse a sua casa, a casa da grande família socialista e agora terem dúvidas sobre uma lei que até agora não gerou dúvidas e que é bastante clara. Isso é que eu acho que é um ataque destrutivo da nossa democracia”, afirmou aos jornalistas.

Um dia depois de a vice-presidente centrista Cecília Meireles ter acusado o PS de se comportar como “se fosse dono do Estado”, Assunção Cristas insistiu e prometeu que “o CDS continuará sempre a fazer essa denúncia”. “Não compreendemos como é que o PS, quando toma conta da governação, se instala no Estado como se fosse a sua casa para albergar a família socialista”, concluiu.

A questão das incompatibilidades e impedimentos de vários membros do Governo ganhou contornos políticos no início da semana, no seguimento do caso das golas inflamáveis distribuídas pela Protecção Civil nos programas Aldeia Segura.

No início da semana, o Observador, e depois o JN, noticiaram que o filho de Artur Neves era sócio de uma empresa, com 20% do capital, que fez três contratos públicos com o Estado já depois de o pai ter assumido o cargo de secretário de Estado, o que contraria a lei das incompatibilidades.

Já na quarta-feira, foi noticiado que familiares de três ministros - Pedro Nuno Santos (Infra-estruturas), Francisca Van Dunen (Justiça) e Graça Fonseca (Cultura) - tinham também empresas com contratos com entidades do Estado.

Na terça-feira, o gabinete do primeiro-ministro, António Costa, anunciou que pediu um parecer ao conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República para um “completo esclarecimento” sobre os impedimentos de empresas de familiares de titulares de cargos políticos.

Dias depois de ter apresentado, na sede do CDS, a proposta, integrada no programa eleitoral para as legislativas, de criação de uma rede de apoio a idosos, em colaboração com autarquias e o sector social, Assunção Cristas visitou hoje o centro comunitário paroquial de Cascais.

Além da actualidade política, com o caso das alegadas incompatibilidades dos governantes, a líder centrista voltou a explicar que a ideia do seu partido é não deixar que “nenhum idoso fica sozinho, isolado” na sua casa, garantindo que existe um telefone de uma pessoa ou instituição a quem a pessoa peça ajuda em caso de dificuldade.

“As pessoas percebem bem as preocupações do dia-a-dia, do quotidiano de muitas pessoas que estão sozinhas e isoladas e que precisam de uma resposta nossa, enquanto sociedade, que permita garantir que há alguém, uma pessoa, uma instituição que olha por elas, cuida delas, que se elas precisarem está lá para aquilo que for necessário”, disse.