Dany Da Silva é coreógrafo, dançarino e professor de hip hop na cidade de Avenches, no cantão de Vaud, na Suíça francesa. Dança desde os 15 anos e agora, aos 28, a equipa que fundou, os Black Diamond's, foi apurada para representar a Suíça no maior e mais famoso campeonato mundial de hip hop em Phoenix, nos Estados Unidos da América.
Na escola de dança que abriu em 2015, em Avenches, Dany Da Silva transmite a sua paixão a cerca de 140 alunos com idades compreendidas entre os quatro e os 56 anos, na sua maioria portugueses. “A Escola Black Diamond's é uma grande família. São pessoas que gostam de dançar e de passar tempo juntas, de partilhar a dança e a música. É um grupo muito unido”, afirmou o coreógrafo.
A paixão pela dança surgiu muito cedo na vida de Dany Da Silva. Aos 15 anos, o dançarino criou o próprio grupo de hip hop, que na altura reunia amigos que partilhavam da mesma paixão pela dança urbana.
“O momento de viragem deu-se quando decidimos participar na competição nacional de hip hop, na Suíça. No início, dançávamos por gosto, mas a determinada altura decidi apostar na minha paixão e torná-la num projecto concreto para a viver de forma profissional”, salientou.
Segundo Dany Da Silva, os primeiros contactos profissionais começaram a surgir em 2014, quando o grupo Black Diamond's participou pela primeira vez no Campeonato Nacional de hip hop, na Suíça. O coreógrafo recordou: “Quando ganhámos o título de primeiro lugar no Campeonato Nacional de Hip Hop, em 2014, surgiram os primeiros convites. Foi nesse preciso momento que tudo começou.”
Este ano, e pela sexta vez consecutiva, o grupo coreografado por Dany Da Silva consagrou-se campeão nacional de hip hop, feito que classificou a equipa para representar a Suíça no maior e mais famoso evento de dança do mundo, o Word Hip Hop Dance Championship, na cidade de Phoenix, nos EUA. Aqui, anualmente, reúnem-se equipas de mais de 50 países que disputam o título mundial de 5 a 10 de Agosto.
“As expectativas para esta edição são elevadas. Há seis anos que participamos nesta competição mundial, houve um ano em que quase chegámos à semi-final e, este ano, estamos com muita vontade de conseguir esse feito”, afirmou Dany. “Os grupos com os quais competimos são de alto nível, estamos face a países como o Japão, a Espanha, os EUA, em que a cultura da dança urbana é muito mais evoluída do que na Suíça. Países em que a oferta em termos de estágios e workshops na área da dança hip hop é bem maior”, salientou.
“Não temos nenhum patrocinador, nem apoio de nenhuma instituição suíça. O financiamento para as viagens, hotel, inscrições e indumentária é todo do nosso bolso. Tentamos, durante todo o ano, trabalhar ao máximo para conseguir angariar os fundos necessários para participar neste evento”, contou. “Há países, como o Japão, que são patrocinados por grandes marcas, mas na Suíça é difícil valorizar a dança. Queremos mudar essa tendência. Temos de mostrar que a dança é mais do que uma expressão artística, é um desporto, é nacional. Quando se vai representa um país, o país deveria apoiar financeiramente”, afirmou.
No maior e mais famoso campeonato mundial de hip-hop, as equipas dispõem de apenas dois minutos para mostrar o que valem. O objectivo é apresentar uma performance com três estilos diferentes de hip hop.