Centeno colocado fora da lista de candidatos ao FMI

Financial Times e Bloomberg dizem que em cima da mesa das negociações para a escolha do candidato europeu à liderança do FMI está agora uma lista de apenas três nomes. Ministério das Finanças francês, que está a coordenar o processo de escolha, nega a informação.

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daniel rocha

A mais recente ronda de consultas junto das capitais da União Euro para escolher o próximo líder do Fundo Monetário Internacional pode ter tornado mais difícil a mudança de Mário Centeno de Lisboa para Washington, de acordo com as notícias publicadas esta segunda-feira pelo Financial Times e a Bloomberg. 

Segundo o jornal britânico e a agência noticiosa internacional, que dizem ter obtido a informação junto de responsáveis políticos a acompanhar as negociações, terá ficado reduzida a três a lista de nomes que podem vir a ser escolhidos para candidato europeu à liderança do FMI, e Mário Centeno não é um desses nomes. FT e Bloomberg dizem que os candidatos a serem ponderados neste momento são apenas o antigo presidente do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem, o ex-comissário europeu e governador do banco central finlandês Olli Rehn e a vice-presidente do Banco Mundial Kristalina Georgieva.

No entanto, em resposta à publicação destas notícias, o porta-voz do Ministério das Finanças francês negou que se estivesse neste momento a trabalhar apenas com uma lista de três nomes. O processo de escolha do candidato europeu a substituir Christine Lagarde está a ser coordenado pelo ministro francês da Finanças, Bruno Le Maire, que durante este fim-de-semana esteve em contacto telefónico com as diversas capitais europeias, à procura de um nome o mais consensual possível. No sábado, o jornal Le Figaro falava, citando fonte do Executivo francês, na existência de uma lista de cinco nomes: Jeroen Dijsselbloem, Olli Rehn, Kristalina Georgieva, Mário Centeno e Nadia Calviño.

O cenário descrito pelo FT e a Bloomberg, a comprovar-se, apontaria para que os dois nomes provenientes de países do Sul da Europa que também têm vindo a ser referidos como potenciais candidatos, o ministro das Finanças Mário Centeno e a sua homóloga espanhola Nadia Calviño, tivessem perdido terreno nesta corrida. E que, pelo contrário, tanto Dijsselbloem como Rehn, que pelo papel que desempenharam durante a crise do euro geraram anticorpos em várias capitais do Sul da Europa, continuariam bem colocados.

A búlgara Kristalina Georgieva, que parece cada vez mais ser a candidata com maior capacidade para gerar consensos, apresenta como desvantagem o facto de já ter ultrapassado a idade limite de 65 anos, pelo que a sua nomeação obrigaria a uma mudança das regras do FMI.

Fontes europeias contactadas pelo PÚBLICO assinalam por seu lado que, nesta fase, a procura de um nome consensual em toda a União Europeia pode conduzir ainda a um leque alargado de soluções, desvalorizando a ideia de existência de listas fechadas.

O objectivo continua a ser o de escolher rapidamente (de preferência até ao final desta semana) o candidato a apresentar pela União Europeia, a que se deverão juntar candidatos provenientes de outras zonas do globo, sendo a escolha final do conselho executivo do FMI feita até ao dia 4 de Outubro.

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