Secretário de Estado diz que Protecção Civil é responsável por compra de golas inflamáveis
José Artur Neves diz que a responsabilidade é da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil e sublinhou que se trata de um material de sensibilização.
O secretário de Estado da Protecção Civil remeteu este domingo a responsabilidade sobre o processo de compra de “kits de incêndio”, que incluem as golas antifumo, para a Autoridade Nacional de Protecção Civil.
“O processo foi desenvolvido pela Protecção Civil”, afirmou, às televisões, José Artur Neves.
O governante sublinhou ainda que a gola antifumo, “que alguns especialistas dizem que é inflamável”, é um elemento de sensibilização e não de protecção.
“Não é um elemento para proteger o cidadão do fogo, porque não se pretende que o cidadão combata o fogo. Pretende-se transmitir ao cidadão que deve munir-se de um pano, seja ele uma camisola, seja ele uma toalha molhada para não respirar o fumo”, especificou.
O Jornal de Notícias noticiou na sexta-feira que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela protecção civil no âmbito dos programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”.
A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) esclareceu que os materiais distribuídos no âmbito dos programas não são de combate a incêndios nem de protecção individual, mas de sensibilização de boas práticas.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, já mandou abrir um inquérito urgente sobre contratação de material de sensibilização para incêndios.
Em comunicado, divulgado no sábado, o Ministério da Administração Interna diz que, “face às notícias publicadas sobre aspectos contratuais relativamente ao material de sensibilização, o ministro da Administração Interna pediu esclarecimentos à Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil e determinou a abertura de um inquérito urgente à Inspecção-Geral da Administração Interna”.
Questionado pelos jornalistas, em Mafra, Eduardo Cabrita, considerou “irresponsável e alarmista” a notícia e sublinhou a importância do programa que está em curso em mais de 1600 aldeias do país, assegurando que a distribuição das golas antifumo não põe em causa nem o projecto nem a segurança das pessoas.